Mais de 33 mil consultas perdidas na paralisação
Maria Fernandes Neves, 58 anos, foi barrada na entrada do Hospital Federal de Ipanema por conta da greve e corre risco de perder mais um rim | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
POR BRUNO TREZENA
No Hospital de Ipanema, por exemplo, 2 mil consultas e 70% das cirurgias não foram feitas. “Passaram de 40 cirurgias por dia para cerca de 12”, revela uma das dirigentes do Sindsprev, Regina Loroza.
Perda assustadora
No Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, o prejuízo foi maior. “Cerca de 20 mil atendimentos não feitos”, informa a dirigente do Sindsprev na unidade, Christiane Gerardo. “Dois exames importantíssimos foram cancelados para minha filha de 3 anos”, desabafa Lizandra Cristina, 18 anos.
Unidades de referência também ficaram subutilizadas. O Instituto Nacional de Cardiologia não prestou 9.060 atendimentos. Já no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, inaugurado em 2011 para absorver uma grande demanda por atendimentos ortopédicos, o número de cirurgias caiu à metade. “Minha filha ficou sem realizar uma ultrassonografia do estômago. E agora?”, reclama Simone Leite, 35 anos.
Vagas na rede federal
Com mais de mil pacientes agendados por dia, os hospitais funcionaram abaixo da capacidade:
CARDOSO FONTES: Cerca de 20 mil atendimentos.
LAGOA: Menos 1.400 atendimentos. Maioria é de consultas e exames não feitos.
IPANEMA: Dois mil exames e consultas, além de diminuição em 70% das cirurgias sem complexidade.
INSTITUTO NACIONAL DE CARDIOLOGIA: Deixaram de ser realizados 9.060 consultas, exames e cirurgias.
INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMA E ORTOPEDIA: Menos 1.400 consultas e exames, além de queda em 50% nas cirurgias e na triagem da entrada.
Governo reconhece impacto
A assessoria do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro confirmou em nota que a greve gerou impacto no Hospital Cardoso Fontes, com interrupção no atendimento de alguns ambulatórios e o adiamento de procedimentos cirúrgicos de caráter eletivo.
Ainda segundo a nota,os hospitais federais de Ipanema e Lagoa tiveram redução das cirurgias eletivas, sendo priorizados os casos de maior gravidade. A assessoria, contudo, não confirma que as duas unidades tenham interrompido os atendimentos ambulatoriais e os exames previamente agendados.
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