JORNALISTAS DEBATEM VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

Foto: Audiência pública das comissões de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e de Cultura (CCULT) para discutir sobre as violações de direitos humanos de jornalistas, fotógrafo Luis Macedo. 



Jornalistas, representantes de sindicatos e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), debateram ontem (23) na Câmara dos Deputados as violações aos direitos humanos desses profissionais no exercício da profissão. Nos debates, os profissionais de imprensa fizeram relatos de intimidações que são praticadas contra os profissionais da imprensa. Os convidados para audiência pública nas comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Cultura da Câmara fizeram relatos das perseguições que sofreram e das sofridas por colegas. 

O diretor de Assuntos Institucionais da Abert, Cristiano Lobato Flores, apresentou dados sobre as agressões sofridas por jornalistas no exercício da profissão. Segundo ele, em 2015 foram assassinados oito jornalistas, 64 foram agredidos e houve 44 casos de ataques por meio de vandalismo, ameaças, ofensas e intimidações.

Segundo o representante da Abert, os dados de 2016 são igualmente preocupantes. Os homicídios caíram de oito para dois, as agressões subiram para 205, colocando o Brasil como quinto país no mundo com mais ataques a jornalistas. Para o representante da Abert, uma das razões para o aumento de agressões foram as manifestações de cunho político.

Disparidades

Representando o Sindicato do Jornalistas do Distrito Federal, Wanderlei Pozzebom, focou nas disparidades de renda dos profissionais de imprensa. Ele disse que há anos os profissionais tentam sensibilizar os parlamentares a apoiar projetos que deem condições mínimas de trabalho aos jornalistas. Pozzebom disse que muitas vezes o agressor não ataca o repórter por não concordar com ele, mas por repudiar posições do veículo, sobretudo no caso dos grandes meios de comunicação.

O colunista Rogério Medeiros, do jornal Século Diário, falou da ofensiva que o Poder Judiciário realizou contra ele após denunciar um esquema de corrupção cometida por juízes e desembargadores no Espírito Santo, que geraram o livro: “O Novo Espírito Santo: Onde a Corrupção Veste Toga”. Ele foi condenado a 3 anos e 6 meses de reclusão, por acusações de que estaria denegrindo a imagem de servidores, além de ter que pagar R$ 100 mil de indenização.

Comissão avaliará

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Padre João (PT-MG) muitas violações de Direitos Humanos estão sendo praticadas como foi denunciado à comissão na audiência de hoje. “Há até mesmo um descaramento nas decisões, embasadas em flagrantes abusos da lei”. Padre João sugeriu que a assessoria da comissão, em conjunto com os parlamentares que pediram a audiência, avaliem quais violações denunciadas ainda são passíveis de serem apuradas e federalizadas.

A audiência foi feita em função de três requerimentos apresentados às duas comissões, com apoio dos deputados Chico D’Angelo (PT-RJ), Luiz Couto (PT-PB), Luiza Erundina (PSOL-SP), Paulo Pimenta (PT-RS), Paulo Teixeira (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ), a partir de denúncias de censura e assédio judicial que chegaram ao conhecimento dos parlamentares. Participaram também da audiência os jornalistas Marco Aurélio flores Carone e Geraldo Elísio.


Fonte: Agência Brasil. 


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