CÂMARA TOCARÁ O IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF COM CELERIDADE, AFIRMA EDUARDO CUNHA

Foto: Presid. Eduardo Cunha disse durante coletiva: “Foi um protesto contra o governo. Só não viu quem não quis. Quem quiser disfarçar isso estará querendo fugir da realidade”



“Esse processo tem que se encerrar, tem que andar. Ele tem de ser acelerado para que se defina mesmo; temos que definir, independentemente da posição de cada um”, alertou o presidente. Comissão especial do impeachment deverá ser instalada ainda nesta semana, segundo ele, logo após as definições do STF




O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta segunda-feira (14) que o impeachment da presidente Dilma Rousseff será tocado com celeridade na Casa a partir de quinta-feira (17), quando já estiverem resolvidas, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as dúvidas em relação ao andamento do processo. Cunha reafirmou que, depois disso, o prazo de 45 dias será bem plausível, “com todos os percalços”, para a conclusão da análise do impeachment na Câmara. Embora tenha considerado que as manifestações de domingo (13) foram um protesto claro contra o governo, ele explicou que o impeachment será acelerado de fato pela definição do Supremo.

Eduardo Cunha informou que, desde a aceitação do pedido de impeachment de Dilma, a Câmara já recebeu mais de dez requerimentos com o mesmo teor. “Nunca na história deste País houve tantos pedidos de impeachment. Isso mostra que alguma coisa não está legal. É uma situação inédita, e por isso o processo tem de ser acelerado para se que se defina mesmo; temos que definir, independentemente da posição de cada um”, ressaltou.

As manifestações de domingo, segundo ele, podem “acelerar o posicionamento de vários”, mas para o processo na Câmara a maior influência será mesmo a definição do STF. O Supremo deverá julgar, a partir de quarta-feira, os recursos da Câmara contra as regras de andamento do processo definidas pelo próprio STF. “Com a decisão do STF, vamos tocar [o impeachment] com celeridade, até para que ninguém diga que se está obstruindo. Esse processo tem que se encerrar, tem que andar. A ideia é tocar imediatamente.”

Comissão especial:

Na própria quinta-feira, segundo ele, já deverá haver a eleição dos integrantes da comissão especial do impeachment. “Se o Supremo decidir como fez em dezembro [anulando a escolha dos membros do colegiado feita pela Câmara], teremos que eleger a nova comissão. Se ele revir sua decisão [aceitando a comissão escolhida pela Casa], teremos de eleger um complemento’, explicou.

Cunha lembrou que, regimentalmente, não há nenhuma previsão de que a presidência e a relatoria da comissão sejam reservadas a um partido específico, o que poderá gerar uma “guerra” pelos cargos entre as legendas representadas na Câmara.

Quando os repórteres perguntaram se o prazo previsto por ele para análise do impeachment na Casa poderá cair de 45 para 30 dias, o presidente explicou que isso dependerá de haver ou não quórum para realizar reuniões da comissão especial também às segundas e sextas-feiras, e não apenas às terças, quartas e quintas. “Não se trata de correr. Da minha parte, a disposição é de tocar [o impeachment] com a celeridade com que tem de ser tocado”, salientou.

Manifestações contra Dilma:

Eduardo Cunha disse que assistiu em casa aos protestos de domingo. “Foi uma manifestação democrática, bastante substancial, bem relevante, e mostra um clima de que as ruas estão recebendo as pessoas para protestar contra aquilo com que não estão satisfeitas”, avaliou.

Para manter o processo de impeachment “dentro da rigidez necessária para quem o conduz”, Cunha não quis comentar se é contra ou a favor da saída da presidente Dilma, pedida pelos manifestantes. Ele avaliou, porém, que o objetivo das manifestações ficou muito claro. “Foi um protesto contra o governo. Só não viu quem não quis. Quem quiser disfarçar isso estará querendo fugir da realidade”, alertou.

Posicionamento do PMDB:

A pedido dos repórteres, Cunha também comentou a decisão tomada pelo seu partido, o PMDB, em convenção no sábado (12), de resolver em 30 dias se sairá ou não do governo de Dilma: “Foi um aviso prévio. Eu sou defensor do rompimento. Pelo que conheço do diretório, ele é majoritário pelo rompimento. Dificilmente a decisão vai ser diferente do rompimento.”

O presidente explicou, porém, que nunca misturou essa posição pessoal com o pedido de impeachment de Dilma. “Eu defendi o rompimento antes de se falar em impeachment. Independentemente de acolhimento ou não do impeachment, o PMDB tem que se distanciar do governo, não tem que se associar aos seus erros, pois não formulou as suas políticas equivocadas. Mesmo que o impeachment não passe, continuarei defendendo a saída do PMDB do governo”, concluiu.

Fonte: Portal de Notícia da Câmara dos Deputados. 

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