IRANIANOS DESTROEM EMBAIXADA SAUDITA EM TEERÃ



Em protesto contra a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr e outras 46 pessoas, manifestantes iranianos incendiaram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã neste sábado, 2; eles jogaram vários coquetéis Molotov para dentro do prédio. Depois de invadirem a embaixada, o grupo destruiu móveis, bandeiras e documentos; fotos e vídeos publicados nas redes sociais mostram o prédio em chamas; polícia iraniana recorreu a gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.


Fonte: Jornal 247.

Em protesto contra a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr e outras 46 pessoas, manifestantes iranianos incendiaram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã neste sábado, 2. 

Manifestantes jogaram vários coquetéis Molotov para dentro do prédio. Depois de invadirem a embaixada, o grupo destruiu móveis, bandeiras e documentos. Fotos publicadas nas redes sociais mostram o prédio em chamas.

A polícia iraniana recorreu a gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. 

A execução do clérigo irritou o próprio governo do Irã, adversário regional de Riad. Representantes do país afirmaram, no sábado, que a Arábia Saudita pagaria um "preço elevado" pela morte do clérigo.

"O governo saudita apoia por um lado os movimentos terroristas e extremistas e, ao mesmo tempo, usa a linguagem da repressão e da pena de morte contra seus rivais internos. [...] Pagará um preço elevado por esta política", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Hossein Jaber Ansari, citado pela agência iraniana Irna.

"A execução de uma personalidade como o xeque Al Nimr, que tinha unicamente objetivos políticos e religiosos, somente demonstra a falta de sabedoria e a irresponsabilidade [do governo saudita]", afirmou ainda Ansari.

Arábia Saudita chama embaixador do Irã

A Arábia Saudita chamou o embaixador do Irã para protestar contra uma declaração "agressiva" sobre a execução hoje (2) do clérigo xiita Nimr al-Nimr, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Riade. O ministério "entregou ao embaixador iraniano uma dura carta de protesto sobre as agressivas declarações iranianas sobre sentenças legais neste sábado executadas contraterroristas no reino", diz um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial saudita SPA.

Riade manifestou a sua "completa rejeição dessas declarações agressivas, que considera uma flagrante ingerência nos assuntos do reino". O governo saudita também considerou "o governo iraniano completamente responsável por proteger" as missões do reino saudita no Irã e todos os seus funcionários de quaisquer "atos agressivos".

A execução de Nimr al-Nimr foi condenada por xiitas do Orienta Médio.

Leia reportagem da Reuters sobre o assunto:

DUBAI (Reuters) - A execução de um líder do clérigo da minoria xiita muçulmana na Arábia Saudita provocou reação contra a família Al Saud, que governa o país, e ameaça intensificar ainda mais a onda de conflito sectário na região.

O Conselho Supremo Islâmico Xiita do Líbano chamou a execução do clérigo Nimr al-Nimr de "grave erro", enquanto o grupo Hezbollah a chamou de assassinato. O aiatolá Ahmad Khatami, clérigo rival de um grupo xiita que ocupa grande parte do Irã, disse que as repercussões contra os governantes sauditas sunitas poderiam "tirá-los das páginas da história".

A Arábia Saudita executou 47 pessoas, incluindo o xeique Nimr, que o governo acusou de incitar a violência contra a polícia. Seus partidários dizem que ele era um dissidente pacífico e que pedia mais direitos para a minoria xiita.

Um grupo de xiitas na província oriental da Arábia Saudita marchou pelo distrito de Qatif, lar de Nimr, e gritava "abaixo Al Saud", e dezenas de pessoas se reuniram nas proximidades de Bahrein, um reino insular governado por sunitas e aliado da Arábia Saudita.

No Irã, uma teocracia xiita e rival da Arábia Saudita, mídias estatais exibiam sem parar a cobertura de clérigos e membros do governo elogiando Nimr e prevendo a queda da família sunita que governa a Arábia Saudita.

Líderes xiitas no Iraque, Kuwait, Líbano e Iêmen também advertiram sobre possíveis represálias, sinalizando conflitos sectários ainda maiores em todo o Oriente Médio.

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