PARA CONTRIBUIR COM A SEGUNDA FEIRA DESESPERADORA PARA A ECONOMIA MUNDIAL, O BARRIL DO PETRÓLEO ATINGE O MENOR VALOR EM 06 ANOS



Acompanhando a segunda-feira negra na China, que arrastou consigo bolsas de todo o mundo, o preço do petróleo sofreu novas desvalorizações neste início de semana, as maiores em seis anos. 

O Brent, de Londres, oscilou entre os US$ 43 e US$ 44, uma desvalorização de 4% em relação à última sexta-feira (21). Desde 2009 o valor não caía abaixo dos 45 dólares. No fechamento, a IntercontinentalExchange (ICE) firmou o valor do barril para outubro em US$ 42,69, uma retração de 6,09%.  

Há exatamente um ano, o barril custava cerca de US$ 103. No ano, retração já chega a 58%. Desempenho da commodities só parece bom se comparado aos últimos meses de 2008, quando o preço do Brent atingiu o patamar de US$ 37 após a quebra do banco americano Lehman Brothers. 

A cotação do petróleo americano, o West Texas Intermediate (WTI), também teve resultados negativos nesta segunda-feira (24). Ao longo do dia, variou em torno dos US$ 39. O petróleo para outubro fechou em queda de 5,46%, a US$ 38,24 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), também o menor valor em mais de seis anos.

No cenário macroeconômico, os motivos para uma desvalorização tão significativa transcendem o problema chinês. Os países produtores trabalham no limite de sua capacidade, sem dar ao mercado qualquer sinal de desaceleração. Os Estados Unidos (EUA) já alcançam recorde de produção desde 1920, segundo o Instituto do Petróleo Americano. Nos últimos cinco anos, sua geração foi aumentada em 5 milhões de barris por dia.

Para fazer frente ao gás de xisto dos EUA, a Arábia Saudita mantém sua produção acelerada, aumentando significativamente as reservas mundiais da commoditie. De acordo com Michael Poulsen, analista de petróleo da Global Risk Monitor, a decisão faz sentido na perspectiva dos sauditas. "A pergunta que eles muitas vezes se fizeram é: por que nós deveríamos diminuir nossa produção se outras nações estão justamente aumentando as suas? Além disso, o petróleo da Arábia Saudita tem um custo de produção bem menor do que o shale gas, então, de uma perspectiva econômica, a produção de gás de xisto deve cair antes de outros óleos mais tradicionais e baratos", explica.  

Um acordo entre o Irã e as potencias ocidentais também pode aumentar os níveis de produção mundial de petróleo, uma vez que o país aos poucos voltará a se inserir no mercado. Isso será possível em função da retirada de sanções que lhe foram impostas por causa do risco nuclear que a nação apresentava ao mundo.  

No outro lado da equação de oferta e demanda, o "new normal" chinês volta a aparecer. Junto com os EUA, a China responde por grande parte das importações mundiais de hard commodities.

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