CÂMARAS DOS DEPUTADOS - MOVIMENTOS SOCIAIS CRITICAM TEXTO DA REFORMA POLÍTICA
Em um ato político, deputados e representantes de movimentos sociais criticaram em seminário o texto da reforma política que vai ser votado no plenário da Câmara. Eles defenderam o financiamento público de campanhas e a paridade entre gêneros em eleições proporcionais para deputado federal.
Fonte: Portal de Noticia da Câmara dos Deputados / foto: Alex Ferreira.
A plateia do seminário para discutir reforma política e direitos humanos, que foi organizado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, era toda formada por integrantes de vários movimentos sociais, que cantaram e puxaram palavras de ordem durante o evento.
São integrantes de movimentos que participaram da mobilização que organizou, há dois anos, o abaixo-assinado em favor de um plebiscito pela reforma política.
O representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, José Antonio Moroni, explicou que a intenção do grupo é evitar a votação da proposta e, se for votada, que seja rejeitada a aprovação do que o movimento chama de “PEC da Corrupção”. "O que se quer hoje nas votações é constitucionalizar o financiamento empresarial de campanhas, que é uma das principais fontes de corrupção, e que distorce a vontade do eleitor. Não é à toa que só se elegem, a grande maioria, os que têm as campanhas mais ricas.”
Distritão
O movimento também é contrário ao sistema de votação distritão. “É um sistema que só vai fortalecendo a oligarquia."
José Antômio reclama que vários integrantes de movimentos sociais não puderam entrar na audiência pública e afirma que cerca de 40 ônibus vieram de todo o País para Brasília a fim de participar da mobilização.
O deputado Luiz Couto (PT-BA) lamentou que as pessoas tenham sido barradas. "Muitos estão fora, sem poder adentrar nesta Casa, o que é um desrespeito. Nós achamos que todos devem estar aqui, querem discutir a reforma política, mas uma reforma política que seja resultado do que a sociedade brasileira está querendo."
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou no seminário que falta legitimidade à reforma que será votada. "Este parlamento não tem legitimidade para fazer a reforma política. Ele foi eleito com influência do poder econômico, com a mídia centralizada e monopolizada, sem participação popular. O que estão tentando votar aqui não é uma reforma política, é uma contrarreforma política."
Segundo a organização da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, os manifestantes vão continuar mobilizados na Câmara até a votação.
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