MEMBROS DO GOVERNO TEMEM AS SAÍDA DO MINISTRO JOAQUIM LEVY



Membros do governo temem a saída do Ministro da Fazenda Joaquim Levy, ele não estava presente ao anúncio do corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento; o motivo oficial era uma gripe, mas o fato é que ele se desentendeu com Nelson Barbosa, ministro do Planejamento; na quarta-feira (20), um grupo composto por 11 senadores da base governista, incluindo os petistas Linfdberg Farias (RJ) e Paulo Paim (RS), assinou um manifesto contra o ajuste fiscal; além disso, o ex-presidente Lula relatou à presidente Dilma os temores do empresariado em relação ao ajuste; saudado pelo mercado financeiro, Levy vive dias difíceis em Brasília; para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que aposta na sua queda, ele é um "estranho no ninho" petista.




Fonte: Jornal 247.

Com apenas cinco meses no Ministério da Fazenda, o economista Joaquim Levy já começa a experimentar o chamado fogo amigo. Um grupo de 11 senadores, incluindo dois petistas, foi responsável por adiar na quarta-feira (20) a votação da MP (medida provisória) 665, que, entre outros ajustes, restringe o acesso ao seguro-desemprego e modifica as regras para concessão do abono salarial. Quem iniciou a discussão com críticas às medidas do governo foi o senador Lidbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro. 

Intitulado 'Manifesto pela Mudança na Política Econômica e Contra o Ajuste', o documento teve apoio ainda de outro senador do PT, Paulo Paim (RS). Além dele e de Lindbergh, assinaram o manifesto ainda os senadores Cristóvam Buarque (PDT-DF), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR) e Hélio José (PSD-DF), todos de partidos da base do governo.

De legendas 'independentes', assinaram os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os do PSB Antonio Carlos Valadares (SE), Lídice da Mata (BA), João Capiberibe (AP), Roberto Rocha (MA).

Os petistas e a maioria dos membros da base aliada, tanto na Câmara quanto no Senado, não dão sinais de abandonar a presidente Dilma Rousseff diante da turbulência pela qual passa a economia. Mas cabe a Levy, além do ônus por ser quem anuncia as medidas mais impopulares neste segundo mandato de Dilma, a atenção dos parlamentares. Petistas como Lindbergh e Tarso Genro (ex-governador do Rio Grande do Sul) já defendem abertamente a saída do ministro.

A última prova de fogo de Joaquim Levy aconteceu ontem (22), com anúncio do corte de R$ 69,9 bilhões do Orçamento Geral da União previsto para este ano. A medida afeta significativamente áreas como saúde e educação e mexe com programas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), inclusive no Minha Casa, Minha Vida, um dos carros-chefe do governo. E pesa aí mais importante fato contra o ministro: ele não estava presente. Oficialmente, a justificativa foi a de quem uma gripe o acomete. Mas nos bastidores, as informações dão conta de que ele se desentendeu com Nelson Barbosa, ministro do Planejamento.

"A posição do governo, expressa pelo Ministério da Fazenda, está concentrada exclusivamente numa política de ajuste fiscal, que além de insuficiente, pode deteriorar ainda mais o quadro econômico brasileiro. O quadro de desequilíbrio fiscal das contas do governo não é responsabilidade dos mais pobres, trabalhadores, aposentados e pensionistas", diz o manifesto dos senadores lido por Lindberg Farias. O documento critica as duas principais medidas provisórias editadas pelo governo no contexto de ajuste fiscal, a 664 e a 665.

De forma muito menos ofensiva, mas de efeito não contestável, pela pessoa que a fez, uma crítica do ex-presidente Lula fez incendiar o inferno astral de Levy. Também na quarta-feira (20), ele afirmou que as MPs tinham "defeitos" que podiam ser "corrigidos" por negociações com os trabalhadores. Mas em política, embora às vezes pareça, nada é em vão. No contexto, vale lembra que foi Lula o maior entusiasta da candidatura de Lindbergh a governador do Rio em 2014.

Oposição aproveita pronunciamentos de Levy nas chamadas medidas impopulares

Não bastasse o fogo amigo, o ministro da Fazenda tem contra si ainda, claro, a oposição, cuja liderança é do PSDB do senador Aécio Neves e do ex-presidente FHC. 

Ao jornalista Tales Farias, do IG, Aécio disse que Levy é "um estranho no ninho" e que "suas contradições com o PT só tendem a aumentar". O tucano aposta que o ministro cairá. E por ação dos próprios governistas.

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