APÓS EUFORIA DA ÚLTIMAS SEXTA, AÇÕES DA PETROBRAS DESABA 7%



Ações da estatal acentuaram queda hoje após corte de recomendação pelo Morgan Stanley de neutra para underweight (desempenho abaixo da média); para o banco, após disparada de 100% desde março, os papéis ficaram "caros" em relação a seus pares e abriu espaço para queda de 15%; as ações da companhia caíram mais de 7%.

Fonte: Jornal 247. 

O Ibovespa fechou em queda  nesta  segunda-feira (27) em um dia marcado pela correção geral do mercado. Por aqui, o jornal O Globo disse que um novo pacote de privatizações deve sair em dez dias com a palavra final dada ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Lá fora o movimento foi dividido: na Europa as bolsas avançaram com otimismo pela Grécia, enquanto nos EUA, os principais índices fecharam em queda.

O benchmark da Bolsa brasileira registrou queda de 1,87%, aos 55.534 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a 1,91% de queda e, na máxima, atingiu 0,65% de alta. Com isso, o índice fica próximo do suporte de 55.600 pontos apontado pelo analista técnico Raphael Figueiredo, da Clear Corretora. Porém, ele afirma que o Ibovespa pode recuar até 53.510 pontos que manterá sua configuração de alta no curto prazo.  Enquanto isso, o dólar comercial fechou com perdas de 1,13%, a R$ 2,9211 na compra e a R$ 2,9217 na venda, após chegar a recuar 1,70%.

De acordo com o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, os ânimos se acalmam para papéis que subiram muito nas últimas sessões, como Petrobras, Vale e siderúrgicas. Mas a semana promete muita volatilidade na sua opinião, com a agenda do investidor recheada de indicadores importantes.

Amanhã terá PME (Pesquisa Mensal do Emprego) do IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) às 9h e PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido. Na quarta já teremos reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do FOMC (Federal Open Market Comittee) além de PIB dos EUA. Hoje já tivemos a divulgação do Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos.

A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1,03% para uma de 1,10%, mas se manteve para 2016 em um avanço de 1%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 8,25% este ano.

No exterior, o dia é marcado pelo otimismo com a situação da Grécia.  Mais cedo, um funcionário do governo afirmou que o país fez alterações na equipe de negociadores que vem discutindo com credores internacionais sobre o programa de ajuda a Atenas. A decisão pode reduzir a influência que o espontâneo ministro de Finanças do país, Yannis Varoufakis, tem no ritmo lento das conversas.

As mudanças vieram após ministros de Finanças da zona do euro pressionarem a Grécia e Varoufakis a acelerarem as negociações durante reunião realizada na Letônia, na última sexta-feira, se quiserem selar um novo acordo de financiamento antes que o atual vença no final de junho e evitar que Atenas entre em moratória.

Petrobras desaba

A semana inicia agitada com diversas notícias corporativas que ganham atenção do mercado. Entre os destaques, a Petrobras (PETR3; PETR4) teve sua recomendação cortada hoje pelo Morgan Stanley, que tem como preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) os US$ 8,50. Para o banco, após disparada de 100% desde março, os papéis ficaram "caros" em relação a seus pares e abriu espaço para queda de 15%. As ações da companhia caíram mais de 7%.

As ações da Fibria e Suzano - ambas do setor de papel e celulose - também caíram forte hoje, figurando neste momento como as maiores quedas do Ibovespa. As empresas, grandes exportadoras, são penalizadas pela forte queda do dólar nos últimos dias. Analistas começam a trabalhar com um cenário mais otimista para o câmbio. Segundo a WIA Investimentos, o real pode começar a queimar a mão de traders de curto prazo com aposta de Federal Reserve mais "dovish" e alta da Selic, abrindo chance para cair para a faixa de R$ 2,85 e R$ 2,90.

Também no setor, mas menos penalizada pelo câmbio por ser menos dependente da exportação, as units da Klabin (KLBN11) recuaram 1,04% hoje, a R$ 18,11. A empresa, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, anunciou nesta segunda-feira seu resultado do primeiro trimestre. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 728,6 milhões no período, revertendo o ganho de R$ 607,2 milhões apurado um ano antes.

As ações da Vale (VALE3; VALE5), que chegaram a subir 6%, ficaram entre perdas e ganhos. Os papéis ordinários da mineradora tiveram uma valorização de 10% na sexta-feira. O preço do minério de ferro sobe pela quarta sessão consecutiva, atingindo máxima de um mês. Na sexta, a commodity entrou em "bull market", subindo 20% da mínima do ano.

Segundo o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, não havia nenhuma notícia forte que causasse a virada dos papéis, mas diante da queda das ações de outras gigantes do setor como Rio Tinto e BHP nos mercados internacionais, os investidores assumem posições mais cautelosas e embolsam os lucros das altas recentes.

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