EM INICIATIVA INÉDITA NOVO TITULAR DA PASTA "MINISTÉRIO DA FAZENDA" RESPONDE ÁS PERGUNTAS DE USUÁRIOS DE FACEBOOK E MANDA UM AVISO IMPORTANTE, CONFIRA:
Fonte: BBC Brasil em Brasília
Levy responde a perguntas pelo Facebook
Em iniciativa inédita do Ministério da Fazenda, o novo titular da pasta, Joaquim Levy, respondeu nesta sexta-feira a perguntas de usuários do Facebook e mandou um aviso: não há almoço grátis.
Ao fazer referência à frase popularizada pelo economista
americano Milton Friedman ("There is no free lunch"), o ministro
procurou deixar claro que todo serviço público gratuito na verdade é bancado
com dinheiro pago pelo contribuinte e que esses recursos não são infinitos.
O comentário foi em resposta a Marconi Soldate, que
questionou se Levy se considerava um "chicago boy", em referência a
sua passagem pela Universidade de Chicago, onde Friedman lecionava.
"Essa frase é importante para quem está no governo.
Tudo que o governo “dá” é pago pelo contribuinte. Então, a gente tem que ter
muito cuidado em como usa o dinheiro", disse Levy.
A conversa em tom informal no Facebook foi realizada no
momento em que a Fazenda adota medidas impopulares como cortes de gastos em
Educação e outras áreas e mudanças nas regras de pagamento de pensões.
Ao responder perguntas sobre contenção de despesas,
aumento de tributos e inflação, Levy procurou convencer a população de que é
preciso parcimônia com os recursos públicos.
Foram enviadas mais de 400 perguntas, muitas delas
repetidas, numa clara ação coordenada de funcionários e concursados ainda não
convocados do Banco Central e Receita Federal, que pressionaram pelo
fortalecimento dos orgãos e a ampliação de seus quadros.
Bolsistas do Capes, por exemplo, disseram que os repasses
estão atrasados e quiseram saber se isso já era reflexo dos cortes no
orçamento.
Na cerca de uma hora que durou o "Face to
Face", Levy ignorou esses questionamentos. "Parece que só respondeu
as perguntas para as quais tinha respostas prontas", disse uma usuária que
aguardava resposta sobre o Capes.
Entre as oito perguntas escolhidas, o ministro respondeu
também a uma solidária com seus desafios. Reinaldo Demetrio Silva disse que
"gostaria de saber o que o cidadão comum pode fazer para ajudar nesse
momento de ajuste".
Levy respondeu que "cada cidadão ajuda o país
trabalhando, fazendo tudo com o máximo de qualidade", pediu para que ele
conversasse sobre isso com seus amigos e aproveitou para reforçar mais uma vez
que o gasto público tem limite.
"Além disso é muito importante que a gente fortaleça
a convicção de que o governo não pode gastar mais do que arrecada. Que se as
despesas crescerem e a gente se endividar, ou ficar aumentando imposto, vai ser
mais difícil a economia melhorar", destacou.
Jornalistas que cobrem o Ministério da Fazenda
aproveitaram a oportunidade para questionar o ministro sobre o resultado da
inflação de 2014, divulgado nesta manhã pelo IBGE. O IPCA ficou em 6,41%, bem
próximo ao teto da meta, de 6,5%.
O ministro não atendeu aos jornalistas, mas respondeu
Letícia Stéfane sobre o assunto. Ele alertou que a inflação deve subir no curto
prazo, lembrando que alguns preços represados devem ser reajustados, numa
referência indireta, por exemplo, ao custo da energia. Não perdeu a oportunidade,
claro, de destacar mais uma vez que segurar os gastos do governo é importante
para conter a inflação.
"Estamos consertando o telhado em dia de sol",
brincou o ministro, ao dizer que os ajustes estão sendo feitos "bem antes
de uma crise".
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