O GOVERNO VAI USAR SOFTWARE CONTRA DA DISSEMINAÇÃO DO ÓDIO NAS REDES SOCIAIS
Fonte: Agência Brasil
Nova ferramenta será o
pilar das atividades do Grupo de Trabalho contra Redes de Ódio na Internet.
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH) anunciou nessa segunda-feira (15) a utilização de uma ferramenta que vai
mapear a ocorrência de crimes de ódio na internet.
O software vai
coletar dados e identificar redes que se reúnem para fazer ofensas a grupos de
pessoas. A ferramenta será o pilar das atividades do Grupo
de Trabalho contra Redes de Ódio na Internet, criado em novembro para
monitorar e mapear crimes contra direitos humanos nas redes sociais.
“A gente tem acompanhado e se preocupado com o crescimento
desses crimes de ódio, que são incentivados e divulgados na internet. Já está
mais do que na hora da gente criar mecanismos para rastrear e retirar isso da
rede”, disse a ministra da SDH, Ideli Salvatti, à Agência Brasil.
Ela citou o caso de uma mulher que, em maio, foi espancada até a morte por
moradores de Guarujá, em São Paulo, após um falso rumor ter se espalhado nas
redes sociais de que ela praticava rituais de magia negra com crianças.
Com base nas informações coletadas pelo software,
o grupo de trabalho, cuja reunião de instalação ocorreu ontem, poderá encaminhar
denúncias ao Ministério Público ou à Polícia Federal. Três casos já estão sendo
analisados, com base em denúncias recebidas pela Ouvidoria da SDH. Um deles
remete ao último episódio envolvendo os deputados federais Maria do Rosário
(PT-RS) e Jair Bolsonaro (PP-RJ), na semana passada, quando o parlamentar disse
que só não estupraria a deputada porque ela “não merece”.
Um rapaz postou foto em uma rede social “ameaçando a deputada
Maria do Rosário de estupro”, de acordo com a SDH. Mais dois casos tratam de um site nazista
e outro que prega a violência contra mulheres. “Vamos documentar, avaliar os
três casos e, na quinta-feira [18], devemos dar os encaminhamentos cabíveis, no
sentido de tirar do ar, encaminhar para inquérito da Polícia Federal ou para
providências do Ministério Público Federal”, explicou Ideli Salvatti.
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