BOLSA AFUNDA E TEM QUEDA DE 7,5% NA SEMANA



Fonte: Jornal 247

Nesta sexta, puxado novamente pelos papeis da Petrobras, o Ibovespa fechou com queda de 3,73%, a 48.001 pontos, encerrando a semana com perdas acumuladas de 7,68%, atingindo assim sua pior semana desde maio de 2012, quando caiu 8,30%; segundo o analista da XP Investimentos, Celson Plácido, o cenário para a Bovespa atual é "mais complicado do que qualquer economista poderia prever".



SÃO PAULO - O Ibovespa acelerou as perdas no fim do pregão desta sexta-feira (12), após leve alívio ontem, ameaçando perder os 48 mil pontos neste encerramento de semana. O movimento de baixa se mantém, seguindo a tendência dos mercados europeus e nos EUA, que são prejudicados pelas ações de empresas ligadas a commodities. Dados fracos da China e nova revisão para baixo da demanda do petróleo derrubam ainda mais os preços dos produtos de baixo valor agregado. 

 Neste ambiente, o Ibovespa fechou com queda de 3,73%, a 48.001 pontos, encerrando a semana com perdas acumuladas de 7,68%, atingindo assim sua pior semana desde maio de 2012, quando caiu 8,30%. Essa foi a terceira semana seguida de queda do índice. Enquanto isso, o dólar voltou a subir, registrando ganhos de 0,14%, a R$ 2,6492 na compra e R$ 2,6512 na venda. 

Segundo o analista da XP Investimentos, Celson Plácido, o cenário para a Bovespa atual é "mais complicado do que qualquer economista poderia prever". Para ele, a conjunção entre queda nos preços das commodities e escândalos na Petrobras impactarão negativamente o PIB em 2015, já que as obras de infraestrutura devem ser prejudicadas pelas investigações nas maiores empreiteiras no país.
Vale lembrar ainda que na segunda-feira (15) ocorre o vencimento de opções sobre ações, o que costuma trazer volatilidade para o índice em razão dos investidores que tentam fortalecer suas posições.

No cenário doméstico ainda se repercute a entrega de um pacote de ajuste fiscal à presidente Dilma Rousseff (PT) pela sua nova equipe econômica noticiada pela Folha de S. Paulo. As medidas são para chegar à meta de um superávit primário próximo a 1% do PIB em 2015 e inclui aumento de receitas e corte de gastos do governo. O valor do ajuste nas contas públicas poderá ficar entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões no ano que vem.

Aзхes em destaque

No radar hoje está a divulgação à noite do resultado não auditado da Petrobras (PETR3, R$ 9,55, -4,88%; PETR4, R$ 10,28, -4,99%). Os escândalos de corrupção na companhia continuam rendendo manchetes aos jornais depois que a estatal passou a sofrer com ameaças de ações judiciais tanto aqui como nos Estados Unidos. Em matéria, o Valor Econômico afirmou que uma funcionária da estatal já havia alertado a presidente Graça Foster sobre desvios de recursos, levando a oposição a pedir a demissão da diretoria da empresa.


A queda do petróleo também afeta a empresa, porque torna cada vez mais distante a possibilidade de viabilização da exploração do pré-sal. Hoje, o barril do WTI, petróleo negociado na Bolsa de Nova York, atingiu os US$ 57,65, renovando sua mínima em cinco anos. Entre os destaques de ações, vale ainda citar a Rossi (RSID3), que fechou o dia com os maiores ganhos entre as 70 ações do índice.

Ainda no noticiário corporativo Conselho de Administração da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 8,82, -2,54%) aprovou em reunião de quinta-feira a renovação de programa de recompra de até 60 milhões de ações, além de proposta de despesas ajustadas em 2015, e os investimentos dos próximos dois anos. O programa de recompra corresponde a até 3,3% das ações da companhia e terá validade de um ano. O orçamento de despesas ajustadas aprovado pelo conselho para 2015 é de entre R$ 590 milhões e R$ 615 milhões.

Resumo da semana:

A semana da Bovespa não foi recheada de novidades, como poderia sugerir uma queda tão expressiva em poucos pregões. Ainda na segunda-feira, a queda do preço das commodities, em especial o petróleo, pesou para o pessimismo dos investidores, que levaram o Ibovespa a cair 3,3%. Enquanto isso, a divulgação da balança comercial chinesa também não empolgou ao indicar uma queda nas importações do gigante asiático.

Na terça-feira o índice conseguiu encerrar próximo da estabilidade, com leve queda de 0,16% e mais uma vez a China ficou em evidência, após a divulgação de novas medidas de aperto no crédito de curto prazo. Naquela data o mercado também ficou atento à Grécia, que pesou nos índices europeus ao despencar 13% diante do adiantamento das eleições presidenciais no país, causada por um temor de que o atual governo perda força no parlamento e não consiga emplacar o seu candidato.

No dia seguinte, novamente a China ficou em destaque no cenário internacional, depois da divulgação do dado de inflação. Em novembro, o CPI (Consumers Price Index) avançou 1,4%, abaixo das projeções de economistas consultados pelo Wall Street Journal, que sugeriam alta de 1,6%, como o registrado em outubro. Enquanto isso, o petróleo perdia os US$ 60 na bolsa norte-americana.


A sessão de ontem foi marcada por uma leve recuperação do índice, que conseguiu avançar 0,63%, em uma sessão onde a Petrobras, que chegou a cair mais de 5% ganhou forças e fechou com leves perdas, colaborando na recuperação do benchmark.

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