CHAMADA DE "LEVIANA", DILMA ACUSA AÉCIO DE NEPOTISMO





Debate pegou fogo em discussão sobre corrupção; Aécio Neves (PSDB) levantou assunto ao citar caso Petrobras; Dilma Rousseff (PT) rebateu ao falar em compra de votos para reeleição de FHC, mensalão mineiro e construção de aeropoto em Cláudio; primeiro debate entre presidenciáveis no segundo turno, que ocorreu nesta terça (14) na Band, repisou temas frequentes como Saúde, Educação, Segurança, Geração de Empregos e Inclusão Social; clima entre Dilma e Aécio foi de guerra; em situação de empate técnico, segundo as pesquisas mais recentes, debates da TV passam a ter função fundamental na caça aos eleitores indecisos.

Em mais um encontro em que as propostas deram lugar às críticas, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) passaram todo o debate da Band desqualificando as gestões adversárias. Enquanto a presidente sofreu com os ataques de Aécio em relação à política econômica no governo federal, Dilma focou na gestão da saúde em Minas Gerais nos tempos da administração do tucano. No embate sobre corrupção, Aécio acusou a presidente de não se indignar com o caso da Petrobras, enquanto a petista afirmou que Aécio ainda tinha que explicar o fato de ter construído um aeroporto nas terras que, no passado, pertenciam a um tio seu, em Cláudio.

Aécio quis saber "quais os relevantes serviços prestados" por Paulo Roberto Costa, diretor que delatou o esquema de corrupção na estatal, e acusou a presidente de mentir sobre a demissão do dirigente. Dilma, por sua vez, questionou o fato de envolvidos em esquemas de corrupção nos governos tucanos, como o metrô de São Paulo e o mensalão mineiro, não terem sido presos, e acusou Aécio de empregar parentes em suas gestões.

Enquanto Aécio Neves buscou colocar a presidente na defensiva e apontá-la como alguém que "só olha no espelho retrovisor" e que usa ataques e mentiras na campanha, Dilma preferiu distribuir críticas entre o governo FHC, na área econômica, e a gestão Aécio em Minas, nos outros setores. Para Aécio, havia "dois candidatos de oposição no debate". Para Dilma, "dois candidatos de situação".
"A senhora só promete fazer diferente, como se não fosse a presidente", disparou Aécio. 
"E as únicas propostas do senhor são continuar nossos programas", respondeu Dilma.

Por inúmeras ocasiões, Dilma e Aécio acusavam um ao outro de usar mentiras em suas falas. O senador disse que olharia nos olhos da presidente para dizer que ela era “leviana”. A petista afirmou que o adversário estava “entrando no território da lenda”.

'Tá na internet'
No ponto que mais rendeu embates, de tanto discutirem a situação da saúde em Minas, Dilma pediu que os telespectadores visitassem o site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) para lerem que o governo Aécio teve que assinar um termo de ajustamento de gestão, por não investir o determinado na área. O site do Tribunal chegou a sair do ar e muitos internautas reclamaram, com petistas acusando censura e tucanos alegando que poderia ter sido congestionamento, pela quantidade de acessos. Aécio rebateu a presidente, e afirmou minutos depois que já estava disponível em seu site a prova de que não havia nenhum problema com sua prestação de contas.

Disputa em Minas
A disputa eleitoral em Minas também fez com que os candidatos trocassem versões. Dilma lembrou que venceu o tucano em Minas Gerais no primeiro turno, enquanto Aécio afirmou que está à frente nas pesquisas do segundo turno e que venceu várias vezes os petistas nos últimos anos. 

Apresentação inicial e considerações finais
Além do embate direto em seis perguntas para cada lado, os candidatos aproveitaram as apresentações iniciais e as considerações finais para exaltarem diferenças entre as candidaturas e pedirem votos aos telespectadores.

Dilma começou o debate alando que há dois projetos com visões distintas do Brasil e afirmou que  o seu representa a distribuição de renda e inclusão social. Disse ainda que o país fortaleceu o mercado de consumo interno e está preparado para um novo ciclo. Ressaltou também a "igualdade de oportunidades" e o "combate sem tréguas á corrupção" como pontos centrais de seu governo.

Aécio pediu que o eleitor decida se quer "continuidade ou mudança radical". Ele afirmou que o Brasil avançou muito nas últimas décadas, citando que tudo começou com a estabilidade econômica "com a oposição do PT". Ele elogiou também os avanços no governo Lula, mas afirmou que o país andou para trás com a presidente Dilma, com inflação, recessão e perda de credibilidade. Aécio defendeu que seu governo será capaz de garantir a "reconciliação, sem divisão Norte e Sul".

Nas considerações finais, Aécio Neves foi o primeiro a se manifestar. Ele voltou a falar em reconciliação, destacou os apoios recebidos, citando especialmente Beto Albuquerque (PSB), vice de Marina, e Walter Feldman, porta-voz da Rede, legenda que a ex-candidata tentou fundar. Ele citou a ex-adversária e a mulher de Eduardo Campos, Renata Campos. O candidato prometeu melhorias na saúde, educação e afirmou que quer fazer o governo da convergência, da solidariedade e da generosidade.

Em sua última fala, Dilma Rousseff afirmou que eleição é um momento decisivo para refletir sobre o futuro do país. Ela questionou quem tem mais capacidade para garantir o que foi conquistado e avançar nas mudanças, quem tem compromisso com os trabalhadores e quem tem apoio político para fazer as reformas que o país precisa. Ela ainda falou em "firmeza" no cenário internacional e em compromisso com um país mais competitivo. Dilma afirmou que o fundamento para isso é a educação, que pode gerar melhores empregos e salários. A petista defendeu uma segurança integrada e citou o programa "Mais Especialidades".

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