SECRETÁRIO DE TURISMO DIZ QUE ATUAÇÃO NAS FRONTEIRAS FALHOU,CLASSIFICOU O EPISÓDIO DA "INVASÃO" DE TURISTAS ESTRANGEIROS À CIDADE QUE FICARAM ACAMPADOS NO TERREIRÃO , TIRA LIÇÃO PARA O FUTURO , SAIBA MAIS















Rio - Um acontecimento que servirá de lição para balizar o futuro. Foi assim que o secretário municipal de Turismo Antônio Pedro Figueira de Mello classificou o episódio da ‘invasão’ de turistas estrangeiros à cidade, que obrigou a prefeitura a improvisar áreas de estacionamento em espaços públicos. Para ele, o trabalho realizado nas fronteiras do país foi falho. “Se tivesse sido questionado aos turistas aonde iam, por quanto tempo permaneceriam na cidade e quanto tinham em recursos, não teríamos sido surpreendidos pela chegada em massa. Fica como aprendizado”, disse ele, que acompanhou ontem pela manhã a desocupação do Terreirão do Samba. Nas últimas semanas, o local virou camping para sul-americanos, a maioria de argentinos, que vieram ao Rio assistir à final da Copa.

Em qualquer hotel do mundo, há um horário de ‘checkout’. O que fizemos no Rio foi similar. Permitimos a estadia gratuita e estipulamos um horário para que se retirassem”, afirmou o secretário, que acompanhou a debandada dos motorhomes. 

Às 11h de quarta-feira, conforme estipulado pela prefeitura, os quatro últimos estrangeiros que permaneciam no Terreirão deixavam o local, enquanto a Comlurb iniciava uma força-tarefa de limpeza. A Praça da Apoteose e o Pavilhão de São Cristóvão, outros espaços liberados para o ‘camping’ da Copa, também foram evacuados sem problemas. Os argentinos se retiravam em tom de lamento. 
“Não sei ainda para onde vou, mas quero permanecer no Rio um tempo. Depois, pretendo conhecer Búzios e a Bahia”, disse o artesão argentino Fabián Carrijo. 



Um Citröen conversível deixa o Terreirão, que serviu de estacionamento de carros e motorhomes
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia

Ele, a esposa e os dois filhos seguiam rumo à Praia de Copacabana com mochilhas nas costas. Com o dinheiro das vendas de pulseiras e cordões, seriam compradas passagens rumo à BR-101. De lá, viajariam pelo litoral do país. 

O itinerário foi seguido por grande parte dos turistas, que podiam ser vistos, durante a tarde, vagando pela Zona Sul e Lapa. A Rodoviária Novo Rio também registrou grande número de estrangeiros, que iam para outras cidades do estado. Agentes da Secretaria municipal de Ordem Pública e Turismo acompanhavam o melancólico desmontar de barracas dos estrangeiros e distribuíam mapas da cidade. 

Últimos a deixar o Terreirão, um grupo de colombianos ainda não sabia quando voltaria à terra natal. “Pretendemos ficar um pouco mais. Contamos com a colaboração de amigos, que enviarão dinheiro para retornarmos a Bogotá”, disse Giovani Carijo.
Estrangeiros curtem férias no ameno inverno carioca 
Acabou a Copa, mas muitos dos turistas que tiraram férias para vir curtir o Mundial, ainda têm alguns dias de férias para aproveitar a cidade. O tempo firme convidou os visitantes a passar o dia na praia. 

Passada a decepção com a vice colocação, a contadora argentina Antonela Martinez, 30, aproveitava o último dia no país em Copacabana, acompanhada do amigo Pablo Alvarez. “Valeu a pena vir, apesar da derrota. As praias e o povo são as coisas de que mais gostei”, contou a turista. 
Já os estudantes suecos Johanes Wancelias, 20, e Eric Söderlund, 21, se entusiasmaram com o clima da cidade em pleno inverno. “É bom poder vir à praia nessa estação. Passamos muito frio em nosso país, é ótimo sentir calor nas férias”, disse Wancelias. 
Os amigos Mark Rowe, da Austrália, e Sabastian Gonçales, da Colômbia, acompanhados da mineira Lorena Costa, estão curtindo a última semana no Rio já pensando em voltar no futuro. “A receptividade das pessoas é o que mais me motiva a voltar. Já é minha terceira vez no Rio e sempre sou feliz aqui”, comentou o australiano.


Turistas posam com Brazuca e réplicas da Jules Rimet: lembranças da Copa em disputado cartão-postal
Foto:  Márcio Mercante / Agência O Dia

Rio é ponto de partida para tour pelo resto do Brasil
Por volta das 15h, alguns turistas permaneciam na porta do Terreirão. Sem nenhum ingresso para os jogos, o argentino Ariel Gerez, 23, chegou há duas semanas no país, animado com o avanço da Argentina na competição. “Achei a cidade bem cara. Por sorte, trouxe alimentos não-perecíveis na bagagem”, contou o treinador de xadrex e pingue-pongue Gerez. Ontem, ele fazia hora com amigos colombianos que conheceu no acampamento para ir para a rodoviária pegar seu ônibus de volta, financiado pelo consulado argentino. 
Já o desenhista Marlon Reyes pretende iniciar sua viagem de volta de moto hoje. “Vou voltar pelo litoral, passando por Espírito Santo, Bahia, Fortaleza, depois Venezuela”, comentou o motoqueiro, que reclamou do preço da gasolina brasileira. Ele só pôde poupar dinheiro na alimentação. “Gostei muito do Restaurante Popular, a comida é boa, parece com a que comemos na Colômbia”, destacou.
GABRIEL SABÓIA

FONTE; O DIA


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