MP DENUNCIA EX- DIRETOR DA PETROBRÁS E LOBISTA DO PMDB POR FRAUDE

Jorge Luiz Zelada, ex-diretor Internacional da Petrobras (Foto: divulgação/Petrobras)

Jorge Luiz Zelada, ex-diretor Internacional da Petrobras (Foto: divulgação/Petrobras)
O Ministério Público do Rio denunciou à Justiça o ex-diretor Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o ex-funcionário da estatal João Augusto Rezende Henriques, lobista ligado ao PMDB, o diretor de contratos da construtora Odebrecht, Marco Antonio Duran, e outras seis pessoas. Eles são acusados de fraudar licitação vencida pela Odebrecht em 2010 para prestar serviços à estatal, no Brasil e no exterior, relativos à área de segurança, meio-ambiente e saúde, um pacote de providência conhecido como SMS. O contrato foi fixado inicialmente em US$ 825 milhões, mas reduzido à metade após irregularidades identificadas numa auditora da Petrobras. O negócio foi fechado a toque de caixa, concluíram os auditores.
No ano passado, ÉPOCA revelou, com exclusividade, como o contrato foi intermediado pelo lobista João Augusto, que supervisionava as operações da Diretoria Internacional, naquele momento ocupada pelo PMDB. A pressa se devia ao segundo turno das eleições presidenciais. Se o contrato não fosse assinado até o dia 31 de outubro de 2010, a Odebrecht não pagaria o equivalente a US$ 8 milhões para a campanha de Dilma Rousseff, do PT, disse João Augusto. O contrato foi assinado cinco dias antes das eleições.  “Todo mundo recebeu”, disse o lobista. Segundo ele, o “todo mundo” incluía, além da campanha de Dilma, o então diretor Jorge Zelada, funcionários da área Internacional da Petrobras e deputados do PMDB. “Eu escolhi a Odebrecht. Ela tinha que ganhar. Pelo padrão”, afirmou.
FALOU, SIM O lobista João Augusto Henriques na conversa com ÉPOCA. Ele tentou negar o que dissera num momento de sinceridade, mas foi desmentido pelas gravações (Foto: Reprodução)
De acordo com a denúncia do MP do Rio, Jorge Luiz Zelada, com o auxílio de funcionários da Petrobras, “violou o ato convocatório da licitação, determinando que a contratação dos serviços se desse de forma centralizada”. Duas comissões foram criadas, de contratação e de licitação, onde seus integrantes assinavam atas sem tomarem ciência efetiva do teor de documentos e reuniões. A aprovação do projeto por Zelada se deu ainda sem as avaliações prévias obrigatórias dos comitês de gerentes gerais e de gerentes executivos da empresa.
REDAÇÃO ÉPOCA

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