247 – A Virada Cultural de São Paulo deste ano foi marcada pela violência. Arrastões, roubos, brigas, fechamento de estações de metrô, dois mortos, cinco baleados e pelo menos dois esfaqueados. Um jovem de 19 anos foi baleado ao reagir a um assalto na avenida Rio Branco e morreu no hospital. Houve ainda mais uma morte, por uma suposta por overdose.
A equipe de reportagem da Folha diz ter flagrado pelo menos 11 arrastões pelo centro. Houve ataques de grupos de até 50 bandidos nas avenidas Ipiranga, São João, Rio Branco e Duque de Caxias, na praça da República, e no viaduto Jaceguai.
Em entrevista coletiva no início da noite, que contou com a presença do prefeito Fernando Haddad, o comandante da Polícia Militar (PM) responsável pela região central da cidade, coronel Reynaldo Simões Rossi, informou que 28 pessoas foram presas e nove adolescentes, apreendidos.
Na avaliação de Haddad, os atos de violência ficaram acima do esperado e atribuiu os problemas ao "aumento da quantidade de pessoas dispostas a roubar". "O comportamento das pessoas muda. Pessoas que não vinham vieram (à Virada, no centro) com propósitos diferentes", disse o prefeito. "Mas não podemos nos intimidar. Temos de ir para as ruas." Ele observou que a maioria das ocorrências foi registrada entre as 2h30 e as 5h, embora tenha sido mobilizada uma equipe de segurança com a participação de 3,4 mil policiais militares e de 1,4 mil guardas municipais.
O prefeito, porém, considerou a edição deste ano da virada uma das melhores. “A Virada Cultural cumpriu a sua missão principal de promover a diversidade e o respeito a varias representações artísticas. A cultura ganhou e ganhou muito”, disse.
A Virada Cultural atraiu milhares de pessoas para cerca de 900 eventos, como shows musicais e apresentações de teatro, poesia, danças e artes plásticas. A exemplo dos anos anteriores, a nona edição ofereceu opções culturais por 24 horas ininterruptas, desde as 18 horas de ontem (18).
Suplicy
Durante a Virada Cultural, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) subiu ao palco Júlio Prestes, no intervalo entre os shows de Daniela Mercury com Zimbo Trio e Gal Costa, e cantou a música Blowin the Wind para a plateia. O show inesperado foi feito na esperança de que devolvessem seu celular e documentos.
"Roubaram a minha carteira. Eu não preciso nem que devolvam o meu dinheiro, mas eu preciso dos meus documentos e da minha habilitação." Em seguida, ele apalpou os bolsos e completou: "Acabei de perceber que o ladrão foi tão ladrão que roubou também meu celular".
Cerca de 15 minutos depois, voltou para agradecer porque encontraram parte de seus pertences furtados.
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