Fonte: Jornal Eletrônico 247
"Muito cedo para falar sobre uma nação louca por armas? Não, muito tarde. Pelo menos TRINTA E UM tiroteios em escolas desde Columbine". Autor do documentário 'Bowling for Columbine' (Tiros em Columbine, no Brasil), o cineasta norte-americano Michael Moore recorreu a sua
conta no Twitter para, a exemplo do que faz grande parte dos americanos, demandar que o presidente Barack Obama lidere o enfrentamento ao lobby republicano a favor das armas.
Moore alcançou fama internacional em 2002, quando seu filme sobre o massacre de Columbine, que vitimou 15 pessoas (incluindo os dois atiradores) em abril de 1999, ganhou o Oscar de melhor documentário. Desde então, o cineasta se tornou um dos maiores expoentes contra o lobby da indústria armamentista nos Estados Unidos. Para defender seu ponto nesta sexta-feira, Moore destacou que "nesta manhã, um maluco atacou 22 crianças numa escola primária na China. Mas tudo o que esse maluco tinha era uma faca. Número de mortes? Zero".
Desde 1982, são 61 os massacres com armas de fogo registrados nos Estados Unidos (
confira cada um deles aqui, em inglês), e a maioria dos agressores conseguiu acesso às armas dentro da lei. Diante da banalidade dos motivos que levaram aos ataques, é difícil imaginar que esses massacres teriam acontecido caso os autores não tivessem acesso tão facilitado a armas de fogo. Além de dois revólveres, o atirador da Escola Primária Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, carregava um rifle, algo considerado um direito nos Estados Unidos.
O fato de o massacre de 27 pessoas desta sexta-feira envolver 20 crianças com menos de 10 anos pode enfim contribuir para sensibilizar aqueles que ainda acreditam que a posse de uma arma é garantia de segurança. A impressão, aliás, é que se os EUA não derem um basta à questão agora, não o farão nunca mais. O problema da vez é que a oportunidade para evoluir no assunto surge bem na hora em que o presidente Obama tenta se entender com os republicanos para evitar o abismo fiscal.
Mas é preciso fazer uma opção. Para o cineasta/ativista Michael Moore, "a forma de honrar as mortes dessas crianças é exigir o rígido controle de armas, plano de saúde mental gratuito e o fim da violência enquanto política pública". Lidar com interesses de um indústria tão poderosa não é fácil, mas os Estados Unidos não podem mais se dar ao luxo de esperar o próximo massacre para mudar.
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