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ELEIÇÕES VÃO DECIDIR NOVO PRESIDENTE DO FLA, LEIA ENTREVISTA COM CANDIDATOS


Rio -  Está nas mãos de 5.990 sócios aptos a votar o futuro do Flamengo. Nesta segunda, das 8h às 21h, as urnas estarão prontas, na Gávea, para que os eleitores escolham quem dirigirá o Flamengo nos próximos três anos. Além da atual presidenta, Patricia Amorim, Eduardo Bandeira de Mello e Jorge Rodrigues concorrem ao cargo. A partir de amanhã, o clube começa a se organizar para 2013.

Para que o torcedor rubro-negro conheça melhor as intenções dos candidatos que pretendem comandar o Flamengo entre 2013 e 2015, o ‘Ataque’ entrevistou os três postulantes ao cargo. Entre perguntas sobre o futuro do futebol, sonhos e planos para o Adriano, cada um deu a sua visão sobre o que pensa para o futuro do clube.
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Patricia Amorim busca reeleição no Fla | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
O clima nas eleições é o pior possível. Quinta-feira, dois terços do ginásio Cláudio Coutinho, na sede do clube, viraram cinzas. A possibilidade de incêndio criminoso não está descartada. As imagens das câmeras de segurança foram entregues à polícia, que tenta identificar um suspeito que transitava de mochila pela área interditada onde o fogo começou.
O incêndio fechou a corrida por votos que foi quente do início ao fim. A princípio, havia seis candidatos. Maurício Rodrigues e Lysias Itapicurú se uniram a Jorge Rodrigues, enquanto Ronaldo Gomlevsky aderiu à candidatura de Eduardo Bandeira de Mello. Patricia Amorim preferiu manter sua chapa original.
Eduardo Bandeira de Mello substituiu Wallim Vasconcellos, que teve a candidatura impugnada pelo Conselho de Administração do Flamengo. Isso porque ele e seu antigo vice, Luiz Rodolfo Landim Machado, não teriam cinco anos de vida associativa ininterrupta no clube, requisito para concorrer.
A indefinição nas eleições engessa o departamento de futebol. Sem saber quem estará no clube no ano que vem, a diretoria do Flamengo sonha com alguns reforços de peso, como Renato Augusto, Elias e Robinho. As negociações, no entanto, não podem evoluir sem que antes seja definido o futuro do Rubro-Negro. O técnico Dorival Júnior e o diretor de futebol Zinho não sabem se serão mantidos nos cargos após as eleições. Confira a entrevista com os candidatos:
PATRICIA AMORIM
O DIA: Zinho e Dorival serão mantidos em seus cargos?
PATRICIA AMORIM: Dorival tem contrato até o fim de 2013 e está mantido. No final do Campeonato Brasileiro ele conseguiu organizar o elenco, deu tranquilidade, não temos problema de relacionamento, muito pelo contrário. O trabalho com o Zinho funcionou muito bem na parte técnica, na aproximação com os jogadores, no contato dele com o conselho diretor, e, principalmente, na integração do futebol profissional com a base, que ele ajudou a resgatar. Vamos colocar para trabalhar com ele um outro executivo, mais técnico, uma peça de mercado, prospectando, acompanhando melhor os jogadores no Brasil e no mundo.
Dorival e Zinho acompanharam o treinamento à beira do gramado | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Dorival e Zinho devem prosseguir no clube caso Patricia seja reeleita | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Entre investimentos na sede social e no futebol, qual será a sua prioridade?
O futebol é sempre prioridade. Fizemos o CT, solucionamos o Morro da Viúva, reconstruímos a sede, valorizamos nosso patrimônio, mas o nosso maior investimento foi e sempre será no futebol, que é o carro-chefe.

Qual o grande objetivo que será traçado para o futebol do clube?
Vamos montar uma equipe de ponta com condições de brigar por títulos. Contrataremos reforços, uns dois ou três com nível de seleção brasileira. O Flamengo não fica mais de um ano sem ganhar títulos. Temos também um elenco com meninos jovens. Isso é uma das marcas da nossa administração, que voltou a formar jogadores e a aproveitá-los no time profissional. O resultado desse trabalho vai aparecer daqui a alguns anos. O primeiro bom momento será em 2016. Tenho certeza de que Adryan, Mattheus e companhia vão compor a equipe olímpica brasileira.

Quais seus principais projetos e metas? Como o Flamengo estará daqui a três anos?
Meu projeto é concluir o que já comecei. A estrada está pavimentada e precisa ser terminada. O Flamengo precisa continuar crescendo. Entregaremos o CT completamente pronto, desde o profissional, que já está com 80% das instalações concluídas, até a base, para o qual já temos R$ 14 milhões carimbados provenientes do acordo com a EBX para o Morro da Viúva. Continuaremos com o trabalho forte nas divisões de base, porque daí sairão os futuros craques; vamos inaugurar o Museu do Flamengo, que já está com a obra civil finalizada; e terminaremos as melhorias na sede social, que passam pelas obras na piscina. Há três anos, disse que entregaria o Flamengo melhor do que encontrei, e isso hoje é uma realidade. Hoje digo que em mais três anos o Flamengo será um clube ainda melhor.

Qual o seu grande sonho de consumo? Quem seria a estrela do time?
Meu sonho é ver o Flamengo campeão em todas as competições que disputar. Estamos montando uma equipe forte, competitiva, com dois ou três jogadores com nível de seleção brasileira somadas às revelações da nossa base. O torcedor sabe que temos poder de negociação porque quando queremos trazer, temos força para isso.

Quais os planos para o Adriano? Ele terá portas abertas?
O Adriano não faz parte dos nossos planos para 2013. No futuro, se ele estiver recuperado e jogando, podemos fazer uma análise, mas ele não faz parte do nosso elenco, do nosso projeto. A oportunidade foi dada, todos acompanharam, e ele não aproveitou. Mas, agora, o futuro a Deus pertence. Se estiver bem, a gente torce que esteja, podemos pensar diferente.

Quais são os projetos de marketing? O contrato com a Olympikus será cumprido ou a troca pela Adidas está nos planos? E o patrocínio master?
É importante pontuar que, diferentemente do que as pessoas pensam, o Flamengo tem R$ 21 milhões na camisa. Ele não tem patrocinador master, mas tem cinco outros patrocinadores. Assim como também o Conselho Diretor já encaminhou uma proposta da Adidas que nós sairíamos de um patamar de R$ 20 milhões para R$ 35 milhões. Isso também é marketing. Nossa proposta é dividir o marketing em departamento comercial para captação de patrocínio, estudo de mercados e licenciamentos e controle desses licenciamentos. Nós mais do que dobramos a quantidade de produtos licenciados, mas não temos esse controle. Talvez a terceirização seja a melhor opção.

Como equacionar as dívidas e manter os compromissos em dia?
Colocamos a casa em ordem e estamos há 35 meses com salários em dia. Nós tivemos coragem, enfrentamos, sentamos, negociamos com jogadores. Foi assim com o Pet, Romário, Vanderlei, Silas, Joel e todos os outros que resolvemos. Contratamos empresas que estudaram o tamanho da dívida, nos dando um norte para onde caminhar, e é importante solucionar. Priorizamos pagar a BWA, pagamos e hoje, graças a nossa administração, o Flamengo tem receita de bilheteria. Pagamos quase R$ 130 milhões das gestões anteriores. É uma vitória do Flamengo.
EDUARDO BANDEIRA DE MELLO
O DIA: Zinho e Dorival Junior serão mantidos em seus cargos?
EDUARDO BANDEIRA DE MELLO: Vamos conversar com eles. Temos uma ótima impressão dos dois. Mas precisamos saber se eles possuem a mesma filosofia do grupo, se concordam, se estão dispostos a continuar, uma série de coisas. O mais importante é saber que eles terão a companhia de outros profissionais para tocar o futebol.
Eduardo (esquerda) tem o apoio de Wallin Vasconcelos | Foto: Reprodução
Eduardo (esquerda) tem o apoio de Wallin Vasconcelos | Foto: Reprodução
Entre investimentos na sede social e no futebol, qual será a sua prioridade ?
A prioridade da nossa gestão é profissionalizar todas as áreas do clube. E o futebol será o carro-chefe, como sempre foi e sempre deve ser no Flamengo.

Qual o grande objetivo que será traçado para o futebol do clube?
Brigaremos por títulos. Voltaremos a ser campeões. Mas, para isso, precisaremos mudar a imagem do clube. Hoje, nenhum jogador quer jogar no Flamengo. Nenhum patrocinador quer patrocinar o Flamengo. Queremos entrar exatamente para trazer de volta a credibilidade financeira ao clube.

Quais seus principais projetos e metas? Como o Flamengo estará daqui a três anos?
Me inteirar da situação financeira do Flamengo. Segundo o próprio contador do clube, os números disponíveis não têm a menor confiabilidade e certamente herdaremos uma posição bem desconfortável de compromissos vencidos, como salários e contas a pagar.

Qual o seu grande sonho de consumo? Quem seria a estrela do time?
Como venho falando, o futebol será gerido por um grupo de profissionais que ainda vamos divulgar, em caso de vitória no dia 3 (hoje). Portanto, ainda não posso antecipar qualquer nome ou planejamento sem antes formar este grupo.

Quais os planos para o Adriano? Ele terá portas abertas?
O Adriano precisa de ajuda. É um ídolo do Flamengo, campeão brasileiro e um jogador que poderia estar na seleção brasileira. Mas, nas condições atuais, não pode ser solução para qualquer time. Precisa se curar. E, se ganharmos, nós estaremos à disposição se quiser ajuda.

Quais são os projetos de marketing? O contrato com a Olympikus será cumprido ou a troca pela Adidas está nos planos? E o patrocínio master?
O nosso VP de marketing, Luiz Eduardo Baptista (presidente da Sky), vai coordenar a execução de um plano de marketing, coisa que não existe no clube. Perdemos uma grande oportunidade de aumentar exponencialmente as receitas do Flamengo com a passagem do Ronaldinho Gaúcho. A diretoria não aproveitou. Com o nosso grupo, a torcida pode ter certeza de que devolveremos a saúde financeira do clube. Sobre a Adidas, desconheço os termos da proposta, por isso é difícil falar.

Como equacionar as dívidas e manter os compromissos em dia?
O principal de tudo é não fazer mais dívidas. Além disso, teremos ninguém menos do que o professor Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central, que será o presidente do Comitê de Reestruturação da Dívida do clube.
JORGE RODRIGUES
Zinho e Dorival serão mantidos nos cargos?
JORGE RODRIGUES: Dorival tem um contrato até o final de 2013, então, vamos conversar com ele e fazer o possível para que ele continue conosco. Agora, Dorival tem que me apresentar um planejamento para que nós possamos realmente referendá-lo para o ano de 2013. A nossa meta é sempre cumprir os contratos. O Zinho tem contrato até o final de 2012. Vamos conversar com ele, saber o planejamento que ele fez, os jogadores que já foram escolhidos por ele e Dorival, os que estão na lista de dispensa. E o Zinho é um produto do clube, ex-atleta. Nós vamos trazer um gestor profissional que vai tomar conta do futebol. Neste início, eu vou assumir a vice-presidência de futebol. Mas, depois, nós colocaremos um profissional que será o responsável por todo futebol, inclusive da base. E o Zinho se encaixa perfeitamente no perfil.
Jorge Rodrigues é o candidato da Chapa Rosa | Foto: Divulgação
Jorge Rodrigues é o candidato da Chapa Rosa | Foto: Divulgação
Entre investimentos na sede social e no futebol, qual será a sua prioridade ?
Nós temos que olhar o Flamengo com os olhos voltados para o futebol. Mas o Flamengo é um todo. Vamos construir a arena multiuso na Gávea, que vai ser uma revitalização total. Ali nós teremos instalações novas, uma concentração para os jogadores profissionais, restaurante, shows. Uma arena para 12 mil, 15 mil pessoas. E vamos voltar a treinar na Gávea uma, duas vezes na semana.

Qual o grande objetivo que será traçado para o futebol do clube?
O objetivo do Flamengo é montar um grande time em 2013. Chega de lutar para não cair, de ficar entre o 10º e o 15º. Nós temos que manter uma equipe de nível e contratar o nosso camisa 10. Vamos brigar muito para trazer o Kaká. Inclusive o Djalminha, que é nosso amigo tem conversado na Espanha com o pessoal do Kaká, com o pai do Kaká.

Quais seus principais projetos e metas? Como o Flamengo estará daqui a três anos?
O Flamengo vai estar muito forte. Nosso projeto é levar nossa sede aos estados onde o Flamengo tem um maior números de torcedor. O Flamengo tem torcida no Brasil todo. Por exemplo, em Fortaleza, temos um grande número de torcedores. Já tem uma embaixada e nós vamos criar ali uma sucursal do Flamengo. Vai ter a Boca Maldita, a Flapel, o Mais Querido, coisas que nós temos aqui no Flamengo. Nós vamos sair, quebrar os muros da Gávea.
Real quer 30 milhões de euros por Kaká | Foto: Reprodução Internet
Jorge sonha em ver Kaká no Fla | Foto: EFE
Qual o seu grande sonho de consumo? Quem seria a estrela do time?
Meu sonho de consumo é o Kaká. É um atleta maravilhoso, um craque, um homem disciplinado, que não vai nos dar problema, que vai honrar a imagem do Flamengo. Ele será exemplo para os nossos garotos da divisão de base.

Quais os planos para o Adriano? Ele terá portas abertas?
Ele foi um dos jogadores que nos deu o título de 2009. Temos que ter respeito pelo homem que ele é, pelo coração rubro-negro que nós sabemos que ele tem. Mas ele precisa de um tratamento clínico, se recuperar clínica e psicologicamente, para voltar a fazer aquilo que ele sabe fazer muito bem, que é jogar futebol, de preferência no Flamengo.

Quais são os projetos de marketing? O contrato com a Olympikus será cumprido ou a troca pela Adidas está nos planos? E o patrocínio master?
Vamos ter uma empresa profissional. Nós já temos o vice-presidente de marketing escolhido, que é o Maurício Rodrigues. Vamos tirar o marketing da sede da Gávea e levar para São Conrado, na antiga concentração. Nós temos que levar o Flamengo, com sua marca valorizada em R$ 1 bilhão e a sua torcida estimada em 40 milhões, a esse pote de ouro. O Flamengo vai ser um clube superavitário. Vai agir como clube e pensar como empresa. O silêncio da Olympikus já diz tudo. A Adidas é uma empresa internacional, de nome. O contrato financeiro para o Flamengo é melhor, vamos internacionalizar mais a nossa marca. Eu vejo com bons olhos. Até porque a Adidas patrocina o Kaká. O patrocinador master vai ser uma das prioridades. Nós vamos ter uma empresa para buscar no mercado um grande patrocinador.

Como equacionar as dívidas e manter os compromissos em dia?
Um clube que tem uma marca de R$ 1 bilhão e 40 milhões de torcedores não pode ter medo de dívida. Temos que criar condições para arrecadar e fazer da nossa marca e da nossa torcida valores reais em dinheiro, para transformarmos o Flamengo em um clube rico, poderoso. Nós já temos um produto, temos que saber trabalhá-lo.
O DIA

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