CÂMARA DE DEPUTADOS FEDERAL DEVOLVERÁ DE UMA FORMA SIMBOLICA OS MANDATOS EM UMA SESSÃO AOS 173 DEPUTADOS FEDERAIS QUE FORAM CASSADOS DURANTE DITADURA MILITAR


VÂNYA SANTOS

A Câmara Federal irá homenagear no próximo dia 6 os 173 ex-deputados federais que foram cassados durante a ditadura militar (1964-1985). Eles receberão a devolução simbólica de seus mandatos em uma sessão solene.
Dos homenageados, apenas 29 estão vivos. A maior parte dos parlamentares cassados eram filiados aos partidos MDB, PTB e Arena. Todos perderam o mandato por atos institucionais ou decretos presidenciais, principalmente no início do regime militar.
O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Barbosa Martins, 95 anos, foi um dos parlamentares cassados nesta época. Em entrevista ao Portal Correio do Estado ele disse que recebeu convite para participar da homenagem por telefone, no entanto, não irá ao evento.
“Eu caminho bem, mas já tenho dificuldade de viajar”, justificou. Em tom de brincadeira ele também disse que “já não tenho mais lugar para ficar em Brasília”.

Wilson Barbosa não se recorda do ano em que foi cassado, mas disse que na época não havia motivo para que ele e outros ex-deputados perdessem o mandato. “Meus colegas estão na razão de receberem esta homenagem”, declarou o ex-prefeito, deputado, senador e governador.
Além de Wilson Barbosa serão homenageados nomes como os de Rubens Paiva (PTB-SP), Leonel Brizola (PTB da Guanabara), ex-ministro e deputado Almino Affonso (então PTB-AM), Plínio de Arruda Sampaio (então PDC-SP) e José Bernardo Cabral (MDB-AM).
Homenagem
O evento foi idealizado pela presidente da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). Para ela o Congresso foi vítima e cúmplice da ditadura ao mesmo tempo porque sofreu intervenções e foi fechado, mas não reagiu à altura.
Após subir a rampa do Congresso Nacional, os homenageados ou seus representantes serão recebidos pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) e deputada Luiza Erundina. Na ocasião, eles receberão um broche parlamentar e também um certificado reconhecendo a "devolução" do mandato cassado
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