PREFEITO EDUARDO PAES DÁ BRONCA EM SECRETÁRIOS POR FALTA DE FISCALIZAÇÃO EM OBRA PIRATA EM MADUREIRA




E se fosse no Leblon? E, se no nobre bairro da Zona Sul, uma construtora particular fizesse várias crateras no meio da rua, sem autorização da prefeitura, tornando a vida de passageiros e motoristas um inferno? "Se fosse no Leblon, no primeiro dia a obra acabava", diz o prefeito. Mas a irregularidade aconteceu do outro lado do túnel. Em Madureira. Sem conseguir as autorizações do município para fazer obra de drenagem para compensar o impacto da construção de um shopping em Campinho, a empresa responsável pelo empreendimento começou a esburacar as ruas e empilhar manilhas na "marra".
O local foi descoberto por Zé Lador. Na quinta-feira, o boneco cidadão foi à Rua Quaxima, em Madureira, para ver se as condições dos canteiros de obras no bairro eram as mesmas do seu irmão "rico" da Zona Sul. Encontrou falta de tapumes, ausência de sinalização, funcionários com uniformes com o logotipo da Prefeitura do Rio e trânsito caótico.
Ontem, Paes chamou o Zé Lador para voltar ao local. E surpresa: a obra era particular e não tinha licença. Os órgãos do município dizem saber há uma semana, desde o dia 17, quando a Secretaria de Conservação mandou parar a obra e multou a empresa em R$ 4.679 (fora as multas da CET-Rio, cujo total chega a cerca de R$ 5 mil).
— A culpa é da prefeitura. A gente tem que fiscalizar direito — disse Paes.
Paes ligou para o secretário de Conservação, Marcus Belchior, e o subprefeito da Zona Norte, Andre Luiz dos Santos. A bronca foi forte:
— Quero você passando a noite aqui. Subprefeito não fica só dando multa.
Os moradores achavam que a obra era da prefeitura. Afinal, operários usavam uniforme com o logotipo do município; e havia placas com o símbolo da prefeitura.
— Quebraram a rua em frente do meu estacionamento toda. Fiquei dias sem conseguir ganhar dinheiro — diz Vera de Oliveira Reis.
O que diz a WTorre
Antes de ir embora, Paes puxou Zé Lador pelo braço e disse que a empreiteira contratada pela WTorre vai ficar impedida de ser contratada pela prefeitura; vai desautorizar a construção do shopping; a prefeitura não vai liberar mais nenhuma obra privada da WTorre; e o município vai tomar medidas judiciais devido ao uso da logomarca da prefeitura nos uniformes da empresa.
Já a WTorre disse que já fez mudanças no canteiro para adequá-lo às exigências; que a obra está sendo acelerada; e que a construção da galeria pluvial será importante para conter alagamentos.


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