ENCONTROS DE CARNAVAL"MESTRES DEBATEM SOBRE A VALORIZAÇÃO DAS BATERIAS"


foto SRZD


O primeiro dia de debates da segunda edição do seminário "Encontros de Carnaval", realizado pelo SRZD-Carnaval, presenteou o público com uma tarde de conversas entre os grandes mestres de bateria, Odilon, da União da Ilha, Marcão, do Salgueiro, além de Thiago Diogo, da Porto da Pedra e Wallam, da Vila Isabel, que se juntou ao time após chegar na Academia do Samba para prestigiar o evento.
Mediados pelo blogueiro do SRZD-Carnaval, Hélio Ricardo Rainho, eles discursaram sobre o tema que abriu o dia, intitulado por "Vou cair na gandaia com a minha bateria". Envolvidos com os rumos que os desfiles do "Maior Espétáculo da Terra" estão tomando, os mestres falaram sobre as transformações pelas quais o Carnaval vem passando e destacaram a importância da manutenção das raízes e características das baterias.
"A bateria do Salgueiro tem sua identidade e mantém o tarol. Hoje em dia quase não vejo mais isso nas demais baterias, só a Vila que ainda tem alguns, mas eu, de verdade, tento sempre preservar isso aqui dentro. Também coloquei a caixa para expandir e ajudar na evolução do ritmo", afirmou mestre Marcão.
Atentos às exigências dos jurados do espetáculo carioca, os mestres ressaltaram as influências que determinadas opiniões exercem sobre o trabalho deles.
foto:SRZD
"O regulamento nos pede criatividade e versatilidade, nós inovamos na medida do possível, e precisamos ter cuidado com o ritmo. Bateria tem que ter ritmo" alertou mestre Odilon.
"O que eles deveriam julgar de fato é o ritmo, o andamento, a cadência. Eles não tem que querer ada além disso. Com tudo isso, para atender os outros, as baterias estão ficando todas iguais. Assim, nosso trabalho acaba ficando confuso porque a regra não está clara", completou brincando. 
Thiago Diogo enfatizou o valor do trabalho dos mestres de bateria e salientou que, na realidade, uma bateria de escola de samba é praticamente a orquestra sinfônica brasileira.
Já Wallam, que ao lado de mestre Paulinho comanda os ritmistas da escola de Noel, lembrou da necessidade que cada bateria tem. Ou seja, ele afirmou que embora atualmente, músicos participem de diferentes baterias e desfilem tocando em mais de uma agremiação, sempre será determinante que todos saibam se adequar a cada pavilhão, já que cada escola tem sua identidade.
SIDNEY REZENDE

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