ALVO NA CPI, PERILLO CRITICA “VINGANÇA PERMANENTE”
Governador de Goiás reafirma que é perseguido pelo PT por ter denunciado o Mensalão. “O foro pra investigar um governador é o STJ, onde não há politicagem. Eu mesmo pedi para me investigar”, disse o tucano, ao atacar a condução da CPI do Cachoeira. Relator da comissão, o petista Odair Cunha destacou um capítulo especial a Perillo no relatório que apresenta nesta quarta-feira
Fonte: Jornal Eletrônico 247_
Com pedido de indiciamento no relatório da CPMI do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perilllo (PSDB), acusou o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), de utilizar a comissão para atacá-lo por razões partidárias. “Os envolvidos no Mensalão estão sendo condenados. Eu tinha razão quanto a isso. O que não pode é essa tentativa de vingança permanente”, disse o tucano, que à época da denúncia de compra de apoio no Congresso afirmou ter alertado o então presidente Lula sobre o esquema. Para o tucano, a CPI não investigou quem deveria.
Ele citou os mais de 500 requerimentos que não foram votados e a falta de aprofundamento em relação a contratos da Construtora Delta, ligada ao contraventor Carlinhos Cachoeira, com o governo federal.
Em relação ao indiciamento, Perillo disse que é uma redundância, alegando que, se o relatório for aprovado, será encaminhado à PGR, que por sua vez vai encaminhar ao STJ, onde já há um pedido de investigação feito por ele próprio. “Então, na verdade, isso é redundância.” O STJ já abriu o procedimento de investigação.
“É so mesmo tentativa de jogar para plateia. O que deveria ser feito eu fiz lá atrás. Não podemos aceitar é que uma CPMI seja direcionada a um político de oposição. O foro pra investigar um governador é o STJ, onde não há politicagem. Eu mesmo pedi para me investigar, eu fui à CPMI e o que a gente percebe é que o relator, ligado a um partido político, quer me prejudicar, porque lá atrás eu fiz uma denúncia sobre o caso do mensalão”, reagiu o governador.
As declarações de Perillo foram dadas durante visita ao Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo), onde vistoriou as mudanças promovidas por organização social que administra a unidade.
O relatório da comissão, de 4 mil páginas, deve ser lido por Odair Cunha na manhã desta quarta-feira. Nele, com palavras duras, há um capítulo inteiro sobre o governador de Goiás e as supostas ligações com a organização de Cachoeira. “Nada foi encontrado e nem será, porque tenho a consciência tranquila do trabalho que realizo aqui e que realizei ao longo da minha vida”, defende-se Perillo.
Liminar
Na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar a Perillo impedindo a CPI de convocá-lo a depor. A defesa do goiano alega que a medida também impediria o indiciamento, mas há divergências entre as interpretações. O próprio ministro que concedeu a tutela antecipada, Marco Aurélio, evasivo, disse que CPI pode investigar até mesmo o presidente da República, embora o mecanismo seja uma ficção jurídica, pois cabe ao Poder Judiciário tocar o processo.
“Eu tenho que me resguardar para que o relator não queira fazer um circo em relação a uma coisa que é muito séria”, disse Perillo, ao justificar o pedido de liminar junto ao Supremo.
Odair Cunha não pediu o indiciamento de Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e de Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, outros dois governadores alvos das investigações da CPI.
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