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Ponto de drogas em Nilópolis pode ter motivado execução de jovens em Mesquita


Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Policiais fazem buscas no Parque de Gericinó a fim de tentar localizar desaparecido e outros vestígios da chacina | Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Antes de massacre, assassinos queriam saber das vítimas informações sobre boca de fumo e fuzis roubados

POR FELIPE FREIRE
Rio -  Um novo ponto de venda  de drogas no bairro Cabral, em Nilópolis, teria motivado a tortura e as execuções dos seis amigos no Parque de Gericinó, em Mesquita.

Para azar das vítimas, confundidas com integrantes da boca de fumo recém-criada, traficantes da Chatuba também estavam à procura de fuzis roubados por um antigo aliado. A versão é de parentes e moradores.

“Quando eles disseram que eram do Cabral, começaram a ser torturados. Eles perguntaram quem estava de frente lá e quais armas tinham. Queriam detalhes”, contou parente de uma das vítimas.
Segundo contam, após as sessões de facadas e tiros, os garotos foram enterrados. Mas, ao perceberem o engano, os próprios traficantes desenterraram as vítimas e abandonaram em outro local para não levantar suspeitas e atrair a polícia.

De acordo com moradores e amigos dos jovens, a venda de drogas na região estaria sendo controlada por traficantes da Favela Az de Ouro, da facção Amigos dos Amigos.

Depois das mortes, o movimento nas ruas e comércios da região caiu drasticamente.
“Estão todos com medo. As pessoas evitam sair de casa”, disse uma comerciante.

Esfaqueados, baleados e arrastados

Os laudos de necropsia das seis vítimas só deverão ficar prontos amanhã, mas peritos já concluíram que todos os corpos tinham marcas de tiro na cabeça e facadas no corpo, principalmente nos pescoços.

Tinham marcas de pancadas e outras que indicam terem sido arrastados. Segundo parentes, os corpos estavam com muita terra, o que pode reforçar a suspeita de que foram enterrados e retirados para serem jogados às margens da Via Dutra.
Investimento na área social

Sem investimento social, a questão da violência não será resolvida. Essa é a análise de ONGs que atuam na área e estudam o tema. “Nas próprias UPPs faltam programas sociais, imagina na Baixada, onde a violência é histórica”, critica Tião Santos, coordenador da ONG Viva Rio.

Para Antônio Carlos Costa, do Rio de Paz, as UPPs não podem justificar fatos como o da Chatuba. “Não adianta dizer que é um efeito colateral das UPPs. O Estado deve zelar por todos”.

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