Polícia encontra corpos de seis jovens desaparecidos no Rio Corpos foram encontrados no bairro de Jacutinga, em Mesquita. Eles estavam nus, enrolados em lençol e com sinais de tiros e facadas.

Lençóis onde foram encontrados as corpos das vítimas (Foto: Renata Soares/G1)Lençóis onde foram encontrados as corpos das vítimas (Foto: Renata Soares/G1)

Os corpos foram encontrados um do lado do outro, enrolados em lençol, na Rua Dona Delfina Borges, no bairro de Jacutinga, próximo à Via Dutra, em  Mesquista. Eles estavam nus, amordaçados e com sinais de facadas e marcas de tiro.
Policiais militares encontraram, na manhã desta segunda-feira (10), os corpos dos seis jovens desaparecidos desde sábado (8), em Jacutinga, Mesquita, no Rio de Janeiro, segundo informou o comandante do 20º Batalhão da Polícia.
Nenhum dos meninos tinha passagem pela polícia ou envolvimento com o tráfico"
Sandra Ornelas, delegada
Os rapazes  foram identificados pela Polícia Civil como Victor Hugo da Costa, de 15 anos, Cristiano Vieira, de 17, e Douglas Ribeiro, também de 17. Os outros três foram identificados apenas como Glauber, de 17, Josias e Patrick, ambos de 16.
A polícia acredita no envolvimento de traficantes no crime. O tio de Victor Hugo, o ajudante de pintor Antonio Alves da Costa Filho, no entanto, disse ao G1 que os rapazes, que se conheciam havia cerca de sete anos, nunca tiveram envolvimento com drogas.
Amigos e familiares disseram que o local onde eles foram mortos era um parque da prefeitura onde segundo moradores é muito comum ver bandidos da Chatuba armados com fuzil. Segundo eles, é o mesmo local onde um pastor foi morto neste domingo.
Anderson de Oliveira, morador, vizinho e amigo das famílias, disse também que os pais dos jovens tentaram ir ao parque procurar pelos jovens no domingo, mas foram recebidos a balas pelos bandidos.
Certificado de alistamento militar do jovem Victor Hugo da Costa (Foto: Renata Soares/G1)Certificado de alistamento militar do jovem Victor Hugo da Costa (Foto: Renata Soares/G1)
Para a delegada que investiga o caso, Sandra Ornelas, a chacina foi uma demonstração de força de traficantes. "Nenhum dos meninos tinha passagem pela polícia ou envolvimento com o tráfico. Recebemos a informação de que a família entrou em contato com os traficantes pelo celular de uma das vítimas, mas eles disseram que não devolveriam os garotos. A família também pediu ajuda a um pastor para negociar, mas não deu certo. Eles estavam no lugar errado na hora errada", afirmou a delegada.
Ainda segundo Sandra, a família a princípio registrou o caso como desaparecimento e depois mudou para sequestro. "Pode ter sido vingança, mas eu acredito que tenha sido uma demonstração de poder. Foi um crime injustificável", explicou.
De acordo com moradores do bairro de Olinda, onde moravam todos os jovens, há cerca de quatro meses ocorre uma guerra de facção. "A cachoeira de Gericinó é uma área de lazer, mas por causa dessa briga entre os traficantes, a gente não pode nem se divertir", relatou uma moradora que não quis se identificar.
Todos os jovens moravam na Rua Coronel França Leite, no bairro do Cabral, em Olinda, no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense. As famílias comunicaram o desaparecimento à polícia na tarde de domingo (9). Segundo relatos de familiares, o grupo saiu  para ir a uma cachoeira em Gericinó.

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