Depois das gargalhadas, o espectro de uma derrota


Depois das gargalhadas, o espectro de uma derrota Foto: Edição/247

Na rodinha de advogados, estavam dois ex-ministros da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, e José Carlos Dias, que receberam alguns milhões, mas cujos clientes, do Banco Rural, dificilmente escaparão da prisão; nesta terça, eles apresentam novos memoriais para evitar a condenação que bate à porta



 Não se sabe qual foi a piada contada no plenário do Supremo Tribunal Federal, no dia em que Ricardo Lewandowski absolveu João Paulo Cunha, nem quem a contou. O fato é que os criminalistas caíram na gargalhada.
Rico, de fato, ri à toa. Especialmente aqueles, como Marcio Thomaz Bastos, que recebem e alardeiam honorários de sete dígitos – o que, nem sempre, ajuda seus clientes.
Na rodinha, além de MTB, também estavam outras estrelas da constelação de criminalistas contratada pelos réus da Ação Penal 470. De costas, e cabelos brancos, estava José Carlos Dias, que, assim como Bastos, também defende o Banco Rural.
Ontem, o que se viu no plenário do STF foi um massacre contra a dona do banco, Kátia Rabello, e seu vice-presidente, José Roberto Salgado. Irônico, Bastos dizia que a condenação de seu cliente (Salgado) revogaria a lei da gravidade, uma vez que os empréstimos seriam anteriores à sua chegada ao cargo de vice-presidente. Dias, como Thomaz Bastos, também concentrava a responsabilidade num ex-presidente já falecido, chamado José Augusto Dumont.
Ocorre que os empréstimos foram sendo renovados, sem as garantias necessárias e a prudência exigida de instituições financeiras, o que deve fazer com que todos os réus do Banco Rural sejam condenados – além de Kátia Rabello e José Roberto Salgado, há ainda Vinícius Sammarena e Ayana Tenónio – provavelmente com penas de restrição de liberdade.
Nesta terça, Thomaz Bastos e Dias devem apresentar novos memoriais, reforçando que os empréstimos foram verdadeiros – e não simulações, como creem os ministros do STF.
Provavelmente, será em vão. Desenha-se uma nova goleada, assim como no caso de Henrique Pizzolato e dos donos das agências DNA e SMP&B, pró-condenação.
Que lição se extrai do caso? Advogados que se comportam como estrelas, e cobram honorários mais próximos da venda de influência do que da advocacia, não contribuem para a absolvição de seus clientes.
No fim, ficará a questão: quem riu por último?
BRASIL 247

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