‘Chato, é. Mas vou acabar com o carnaval?’, diz Paes sobre bicheiros Prefeito candidato à reeleição foi o último concorrente a participar da sabatina do GLOBO




O prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), participa de sabatina no jornal O GLOBO Foto: Marcelo Carnaval/O Globo
O prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), participa de sabatina no jornal O GLOBOMARCELO CARNAVAL/O GLOBO
RIO - Durante a sabatina do GLOBO com os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, o convidado desta sexta-feira, Eduardo Paes, do PMDB, entrou na polêmica sobre o financiamento das escolas de samba no carnaval. O prefeito, candidato à reeleição, disse que já tentou licitar o carnaval, mas ‘não apareceu ninguém’. Perguntado sobre a presença de bicheiros no samba, Paes afirmou que tenta dar condições às escolas para que não exista figura do patrono, mas admitiu a dificuldade:
— Chato, é. Mas vou acabar com o carnaval? É chato para todos nós. Agora, eu acho que há um processo, a gente vê bicheiro sendo preso, condenado... O que foi meu esforço? Foi dotar as escolas de samba de uma condição tal que permitisse a elas abandonar essa terrível história do patrono. O dia que o patrono estiver catando coquinho no asfalto é o dia ideal.
Ao falar sobre as dificuldades para se elaborar um critério adequado para licitar o carnaval, Eduardo Paes negou que, por conta da festa, tenha relações com os bicheiros ligados às agremiações.
- Eu não tenho reunião secreta com o Anísio não sei das quantas, com o Capitão não sei das quantas... Quero que todos eles se danem, pra não dizer se explodam. Não estou nem aí para eles, nunca encontrei secretamente com nenhum deles - desabafou o prefeito. - A conversa que eu faço com a Liesa é com o Jorge Castanheira, é pública. O que eu posso fazer é ajudar as escolas para que elas tenham um caminho próprio, vida própria.
Veja os principais pontos abordados na sabatina:
Agenda de prefeito X agenda de campanha
— Estou fazendo um esforço desgraçado para que a campanha não atrapalhe a prefeitura. Sempre toma um tempo. Sempre tira a concentração na tomada de decisões.
Questionado sobre a gravação de programas eleitorais dentro de escolas da rede pública e no Sambódromo e sobre os convites que a coordenação de campanha do candidato distribui a servidores municipais, o prefeito foi taxativo:
— Se tiver alguma ilegalidade eu interrompo na hora. Todas as coisas que a gente fez até agora eu consultei TRE, tratei com o TRE. Qualquer coisa que signifique ilegalidade, abuso de poder, a gente está fazendo um esforço... Colocou em dúvida, a gente consulta os advogados, consulta o TRE e não tem conversa.
Transportes:
— Em poucas áreas nós avançamos tanto quanto na área de transporte. O reajuste era uma conversa do prefeito com o dono de ônibus. Então, nós fizemos uma licitação. A grande mudança que houve é a seguinte: a relação hoje das empresas de ônibus é uma relação que se dá em bases contratuais. Ela tem ali deveres e direitos, e nós temos cá os nossos.
Segundo Paes, o poder público agora é concedente, e a relação contratual estabelece direitos e obrigações.
— Não é mais uma coisa no fio do bigode. O reajuste só se dá a partir de uma equação matemática que está no contrato que tem uma cesta de preços, de índices, todas da Fundação Getúlio Vargas.
Desordem urbana
O prefeito ressaltou a importância da criação da secretaria de Ordem Pública, das operações Choque de Ordem e a implantação das Unidades de Ordem Pública (UOP), com priorização dos corredores turísticos.
- Não virou Lausanne nem vai virar, nem está no ponto em que a gente quer
Eduardo Paes prometeu continuar investindo nas UOPs, mas admitiu que não conseguiu avançar em questões como o estacionametno público e a fiscalização das atividades de flanelinhas.
- Eu apostei na licitação feita no final do governo Cesar Maia, com aquela Embarpark, a gente resolveu as pendências que tinha, colocamos a empresa, e um ano depois o sujeito veio já pedir reajuste. - reclamou Paes. - A gente ficou num limbo de fato, sem ter uma relação contratual, e eu não identifiquei o modelo adequado. Estamos estudando vários modelos, mas isso foi algo que de fato a gente não avançou
O GLOBO

 

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