Propaganda eleitoral de candidato do PSOL na cidade mostra beijo homossexual no horário eleitoral e desperta reações de jornal local



Beijo gay na propaganda do PSOL gerou polêmica / ReproduçãoBeijo gay na propaganda do PSOL gerou polêmicaReprodução

O candidato à prefeitura de Joinville (SC) pelo PSOL, Leonel Camasão, decidiu exibir em sua propaganda eleitoral um vídeo que mostra um beijo entre um casal homossexual (assista abaixo). A medida causou repercussão na cidade e criou polêmica com um jornal local.

Após a exibição da propaganda, o editor do Jornal da Cidade, João Francisco, escreveu o seguinte comentário. “Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel Camasão, do PSOL. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa. Gostaria de saber qual a necessidade de exibir suas preferências sexuais em público? Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo, falta de decoro. E a “figura” quer ser prefeito e se diz jornalista.”

Leonel, que também é jornalista, explicou ao Portal da Band que as declarações causaram revolta no PSOL. “É um jornal com cerca de 10 mil cópias, mas gera um impacto e decidimos entrar judicialmente para pedir um direito de resposta. Mais tarde, pretendemos entrar com um processo por calúnia e difamação e danos morais, pelo tom raivoso adotado pelo jornalista.”



O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) também se manifestou em seu blog contra a publicação. “Apenas quero apontar para o fato de que chamar um beijo de “nojento”, comparar um ato de amor com “defecar em público” é algo que somente uma pessoa gravemente doente ou perversamente má poderia fazer. Mas, por trás da grosseria, do mal gosto e da falta de eduçação do jornalista, há um pano de fundo que acho, sim, importante analisar: a ideia de que gays e lésbicas deveríamos voltar aos armários, viver escondidos e nos envergonharmos dos nós mesmos. O racismo que volta vestido com outras roupagens, mas não deixa de ser racismo.”

De acordo com Leonel, a propaganda com o beijo gay já fazia parte da estratégia de mídia adotada por Plínio Arruda, na disputa das Eleições para presente, em 2010. “Como o PSOL é um partido com poucos recursos, decidimos reutilizar a imagem e o fundo comercial”, explicou o candidato do PSOL.

Leonel também afirmou que o vídeo conseguiu o objetivo, que foi o de promover a discussão. “A decisão de exibir as imagens foi tranquila da nossa parte. O PSOL tem a trajetória de defender os direitos humanos. Até o trabalho do Jean identifica a nossa bandeira. O retorno do vídeo foi positivo e promoveu o debate que estamos querendo realizar na sociedade.”

Portal da Band tentou entrar em contato com a redação do Jornal da Cidade, mas não houve retorno por telefone. O editor da publicação, responsável pelo artigo, também recebeu um e-mail, mas não retornou até o fechamento desta matéria.

Em sua página no Facebook, João Francisco se defendeu através de uma mensagem. Leia abaixo.

Carta aberta aos depravados ou obtusos
Tenho muitos amigos homossexuais, de ambos os sexos. Gente séria, competente, que ama, trabalha, sofre, ri, festeja, fracassa e recomeça. Alguns, como o extraordinário Leandro Camargo falam abertamente de suas opções. Até fazem piadas como qualquer hétero seguro e confortável com o que é. Outros só a amigos tratam disso, mas todos, sem exceção manifestam seus afetos com discrição, com serenidade, sem diminui-se na atitude agressiva da lascívia e da pornografia. O que me enoja, me repugna, faz-me aflorar o desprezo absoluto, é a espetacularização de instintos. A vulgarização da manifestação, a baixeza moral e o nanismo estético e cultural. Investem furiosamente e com histeria. Assanhados assassinam a língua culta, atropelam a gramática, além de ferir delinquentemente aos valores da boa convivência social. Despem-se da moral e aparece a nudez miserável da estultice. Pobres sois, ó escória do direito!

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