Temos que devolver a Sapucaí ao povo', diz Marcelo Freixo


foto:divulgação

Disposto a resgatar tradições e a valorização do Carnaval carioca o deputado estadual, e também candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, do PSOL, conversou com o SRZD-Carnaval sobre o manifesto "Nossa Avenida vai além do carnaval", lançado por ele, nesta sexta-feira, 29 de junho, na Câmara Municipal. 
O movimento, que também é uma parceria entre o parlamentar e um coletivo de artistas, consiste em diversas propostas que modificarão todo o processo que engrena o "Maior Espetáculo da Terra", atualmente, além de propor um maior cuidado com as agremiações dos Grupos de Acesso e os blocos de rua.
"O processo que gerou esse manifesto com algumas propostas em defesa do carnaval nasceu de mais de um encontro com pessoas que amam a cultura, a cidade e as escolas de sambas. Nada tenho a temer se não estou sozinho, se não crio propostas só de minha cabeça", afirmou Freixo.
"O Grupo de Acesso, e falo de todos os grupos, desde o A que desfila sábado na própria Sapucaí, até os grupos que desfilam com quase nenhuma estrutura na Avenida Intendente Magalhães, na Zona Norte, devem e terão que fazer parte de toda essa reestruturação. Bloco é bloco e deve ser tratado e repeitado como bloco. Escola de samba é escola de samba e deve ser tratada como escola de samba. Temos que salvar escolas de virarem blocos e vice-e-versa, porque as duas manifestações são importantíssimas para o carnaval", ressaltou.
"Temos que devolver a Sapucaí ao povo, voltar a fazer os componentes das escolas sentirem o calor do público. Isso sem impedir que turistas também possam admirar nossas escolas. Por isso que é importante retomarmos de verdade o projeto original do Sambódromo. Vamos transformar as frisas de um lado da avenida em um grande setor popular. Todos cantando e sambando no pé", completou.
O deputado destacou também a importância do incentivo à volta de enredos culturais e o perigo que pode ser essa busca desenfreada por temas patrocinados.
"Nenhuma preocupação apresentada nesse documento é só minha. Essas preocupações são coletivas, de quem vive o carnaval há muito tempo e todos os dias. Mas não precisa ser especialista no assunto para ter noção dos rumos que a festa tomou. É só olhar os temas propostos para o carnaval 2013. Onde está a relevância cultural da maioria dos enredos para o próximo carnaval?", lembrou.
"A busca por patrocínios tem que ter limites, critérios que preservem a história e a importância das escolas de samba, em sua essência, para o Rio de Janeiro, para o Brasil e até para o mundo. As escolas além de seus patrocínios, recebem verbas públicas, e a Prefeitura tem que voltar a ter um papel gerenciador da festa. Os enredos são partes centrais nessa história toda. Temos que libertar as escolas da necessidade da caça a um patrocínio. Não adianta termos o maior espetáculo da terra e culturalmente não falarmos nada e nem deixarmos nada para as futuras gerações de sambistas", avaliou.
Atento a todos os mecanismos que norteiam o Carnaval, Marcelo Freixo comentou ainda sobre os papéis que as entidades que se responsabilizam pelas agremiações, como a Liesa, por exemplo, poderão adquirir.
"Quem deve definir os destinos das entidades representativas são as escolas. As mesmas podem querer que a Liesa e outras associações as representem perante a Prefeitura. Mas se quisermos mesmo uma correção de rota cultural da festa, o controle do evento carnaval e seus desfiles terão que mudar de mãos. A subsecretaria entra aí. Não faz sentido termos o poder público sem ter o controle da maior festa cultural da cidade", detalhou.
Para finalizar, ele questionou a falta de democratização dos meios de comunicação na transmissão dos desfiles.
"Quanto mais canais de divulgação, mais gente curtindo e conhecendo a festa. Não podemos ter uma exclusividade, por exemplo, que impeça quem cobre carnaval o ano inteiro de ter acesso ao ápice do evento, que são os desfiles. Temos que criar mecanismos  de democratizar a transmissão televisiva, e melhorar a posição das coberturas das rádios", concluiu.
SRZD-

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