Professora vai comprar TV 42'' com indenização de pais de aluna Em rede social, jovem comparou nádegas de docente a uma televisão. Professora diz que caráter punitivo da decisão judicial é fundamental.


Professora diz que caráter punitivo e pedagógico da decisão foi o mais importante (Foto: Janaína Carvalho/G1)Professora diz que caráter punitivo e pedagógico da decisão é o mais importante (Foto: Janaína Carvalho/G1)
professora Luciara Ferreira dos Santos, 38 anos, que será indenizada em R$ 5 mil pelos pais de uma aluna de um colégio religioso de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, já sabe o que fazer com o dinheiro: comprar uma televisão de plasma de 42 polegadas. “Gente, eu vou comprar uma TV de plasma 42 polegadas em minha homenagem. É o ideal, já que eu não tenho uma”, diz Luciara, que hoje diz ter superado o trauma causado pela brincadeira ofensiva de uma aluna em sala de aula.

Em agosto de 2009, Luciara escrevia no quadro negro quando uma aluna do 9° ano fotografou suas nádegas e publicou a foto em uma rede social na internet. Além da imagem, a jovem, na época com 14 anos, também escreveu a mensagem: “Kkkkkkk. Se perde aí na televisão de plasma de 42 polegadas”.

Depois a humilhação e da exposição ao ridículo, Luciara resolveu entrar com uma ação judicial. No entanto, segundo ela, o fundamental em toda essa questão é o caráter punitivo e pedagógico da decisão da Justiça e não a indenização em si. “Levar esse processo adiante é uma lição para todos aqueles jovens. Eles sempre vão lembrar disso e acredito que pensem duas vezes antes de tomar qualquer atitude parecida. Acho que também fica como incentivo para outros professores. É uma forma de encorajá-los, já que muitos ficam com medo”, diz a professora.

Processo levou três anos na Justiça (Foto: Janaína Carvalho/G1)Apesar de estar de calça jeans quando a foto foi feita pela aluna, a professora afirma que passou por uma série de transtornos após o fato. “Fiquei com problema psicológico porque achava que em todo lugar que eu passava, estava todo mundo rindo de mim. Não existe uma sensação tão ruim como essa. Me senti extremamente humilhada e ridicularizada”, afirma a professora, destacando que desenvolveu uma herpes nervosa após o fato. "Depois disso, sempre que passo por algum estresse o problema reaparece", diz.

Segundo Luciara, outro receio na época foi o medo de perder o emprego. No entanto, segundo Luciara, a escola respeitou a decisão da docente e teve uma postura imparcial com relação ao caso, deixando tudo a cargo da Justiça.
Luciara lê o processo (Foto: Janaína Carvalho/G1)
De acordo com a docente, apesar da repercussão que o caso ganhou após a decisão judicial, ela não pretende levar essa discussão para dentro de sala de aula, apenas esclarecer a situação quando for questionada por algum aluno. Segundo ela, os próprios alunos ficam curiosos com relação ao assunto. “Quero que eles tenham noção do que é ser ridicularizada dentro de sala de aula, mas não quero que se sintam ameaçados”, garante Luciara, que dá aulas em várias escolas particulares e em uma da rede pública.
Aluna foi aprovada e saiu da escola
A atitude da aluna não interferiu na vida acadêmica, pois no final do ano ela foi aprovada, terminou o ensino fundamental e saiu do colégio, já que o mesmo não oferece nível médio. Segundo a professora, apesar da postura inadequada, a aluna possuía boas notas e as coisas não podem se misturar. “Ela devia ser punida, mas não na escola. Não podemos misturar as coisas. Como educadora não posso fazer esse tipo de coisa”, afirmou.
Os pais de uma menina foram condenados pela Justiça do Rio a indenizar em R$ 5 mil a professora de sua filha por danos morais. A decisão é da 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. O relator do caso, o desembargador José Carlos Varanda considerou que o fato violou o direito de imagem e trouxe constrangimentos à professora.
Ainda segundo o tribunal, os pais da menina alegaram que são zelosos e atentos com a conduta escolar da jovem e que procuraram a professora, mesmo sob a negativa da filha de ter cometido o ato, para se desculparem.
 FONTE: G1

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