Respeite meu Pavilhão:TUDO SOBRE A REVERÊNCIA DA BANDEIRA DA ESCOLA DE SAMBA


 


O mestre-sala e a porta-bandeira constituem o casal responsável por ostentar, exibir e salvaguardar o pavilhão, símbolo maior de uma escola de samba. Este casal é admirado por carregar com eles um objeto valioso e importante, que representa em cores, desenhos e tecido, a própria agremiação e sua história.

A bandeira, que compõe a tríade do casal, veio dos antigos ranchos, onde o baliza (atual mestre-sala) tinha que proteger seu par e defender o estandarte, que era tomado à força por grupos rivais. Felizmente essa prática de roubar o pavilhão não veio com o casal para a escola de samba.

Na quadra, cabe ao apresentador da dupla ou ao diretor de harmonia destacado para acompanhar o casal orientar a direção do bailado e a exibição da bandeira para a própria escola e para visitantes. São eles que determinam ao casal a quem o pavilhão deverá ser apresentado pelo mestre-sala para ser reverenciada. Compete ao mestre-sala apresentar a bandeira, que pode ser beijada ou não na citada reverência.

A reverência à bandeira, traduzida basicamente no gesto de beijar o pavilhão, pode ser considerada a honra máxima que uma agremiação concede a alguém, a qual deve ser apresentada apenas uma vez no evento.

Caso esteja, entre as pessoas que vão reverenciar a bandeira, o presidente da escola, a ele primeiro deverá ser apresentada a bandeira, pois ele se configura na autoridade máxima da agremiação. Após a reverência ao presidente, apresenta-se a bandeira aos convidados ilustres e, em seguida, aos segmentos da escola, geralmente, à figura representante de cada segmento, como, por exemplo, o mestre de bateria, a presidente da ala das baianas, o presidente da Velha-Guarda, ao puxador de samba-enredo oficial, etc. Convém ressaltar que, quando este diretor responsável recebe o pavilhão, ele está reverenciando em nome de todo o seu segmento, isto é, a honraria está sendo recebida por todos os integrantes daquele segmento.

Também se costuma apresentar a bandeira a representantes de outras agremiações, como presidentes e diretoria destas. Se fosse possível, todos os componentes deveriam ter a honra de reverenciar a bandeira da escola, pois todos os segmentos são importantes.

Tem gente que não pode ver um casal se apresentando nas quadras que corre para admirar seu bailado e, principalmente, para se posicionar próximo para tentar beijar a bandeira. Muitos chegam a ficar frustrados se não lhes é oferecida esta honraria, mas não se pode oferecer essa reverência a todas as pessoas senão o ritual acaba perdendo seu valor e simbolismo.

Como se trata da maior honraria que a escola pode oferecer a uma pessoa ou segmento, o receptor da mesma também deve se portar adequadamente para este significativo ritual. Então, pessoas por mais importantes que sejam precisam estar adequadamente vestidas para beijar a bandeira da agremiação. Não é respeitoso que indivíduos vestindo camisetas sem mangas, bonés, chapéus, bermudas, chinelos de dedo ou estando embriagadas e com copo de bebida na mão recebam o pavilhão da escola. Por isso, compete ao diretor de harmonia auxiliar na indicação a quem será apresentado o pavilhão.

Convém advertir que, ao reverenciar a bandeira da escola com um beijo nela, é preciso tomar muito cuidado para não sujar pavilhão. Por isso, é de bom tom que a pessoa coloque a mão entre a boca e o tecido, evitando o contato direto. Caso contrário, o pano fica sujo de saliva ou, se mulher, sujo de batom. Sendo assim também uma questão de higiene. Afinal todo pavilhão merece respeito e cabe a quem tem a honra de ser escolhido para reverenciá-lo ter consciência, postura e saber como proceder diante de objeto tão idolatrado nas agremiações carnavalescas.
PAPO DE SAMBA

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