Duas vezes mais cara, começa a Olimpíada de Londres



Duas vezes mais cara, começa a Olimpíada de LondresFoto: Divulgação

COM O TRADICIONAL PESSIMISMO TURBINADO PELA CRISE FINANCEIRA, BRITÂNICOS INICIAM OLIMPÍADA EM CLIMA DE ARREPENDIMENTO APÓS EXTRAPOLAR O VALOR ESTIMADO PELA ORGANIZAÇÃO DO EVENTO; QUE OS ERROS INGLESES SIRVAM DE EXEMPLO PARA O RIO DE JANEIRO, QUE RECEBE OS JOGOS DAQUI A QUATRO ANOS


 Tipicamente chuvosa, Londres é conhecida pelo mau humor de seus habitantes. A impressão vem sendo reforçada por quem frequenta a capital inglesa nesta semana, apesar de parte da cidade se esforçar para demonstrar alguma empolgação com o início da Olimpíada. Não é que os britânicos não gostem de esporte, mas a crise financeira internacional potencializou o pessimismo local (gerando até uma sitcom para debochar da organização dos jogos, a Twenty Twelve), e a notícia de que o evento custará pelo menos duas vezes mais que o orçamento imaginado não contribuiu para melhorar o clima.
Estudo de dois pesquisadores da Said Business School, ligada à Universidade Oxford, indica que os Jogos Olímpicos de Londres vão ultrapassar em 4,2 bilhões de libras (US$ 6,6 bilhões ou R$ 13 bilhões), ou 101%, o orçamento apresentado na candidatura da cidade, em 2005. Outro cálculo, de um órgão auxiliar do Parlamento britânico, aponta custo final total perto de 11 bilhões de libras (R$ 30 bilhões). Segundo os pesquisadores Bent Flyvbjerg e Allison Stewart, isso não é nenhuma novidade.
O levantamento aponta que todas as olimpíadas e jogos de inverno desde 1960 ultrapassam seus orçamentos, numa média de 252% acima do inicialmente planejado – no caso da Olimpíada de Montreal, em 1976, o excesso chegou a espantosos 796%. Esses números só levam em conta, contudo, os gastos oficiais diretamente vinculados às competições, o que tornas essas estimativas conservadoras. Na última Olimpíada, de Pequim, 2008, o custo declarado foi de US$ 5,5 bilhões, mas estima-se que o evento tenha exigido investimentos de US$ 40 bilhões.
Rio de Janeiro
Os brasileiros não podem alegar desconhecimento do costumeiro aumento de custos de grandes eventos esportivos. Os gastos com o Panamericano do Rio de Janeiro, realizado em 2007, por exemplo, saltaram de R$ 400 milhões para R$ 3,4 bilhões. Nesta sexta-feira, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, fez elogios a Londres e disse que a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, deve seguir os moldes da britânica, com custo reduzido e simplicidade na organização.
De acordo com o site oficial do Comitê Organizador da Rio 2016, o custo das obras de instalações e infraestrutura será de R$ 23,2 bilhões. Na teoria, os custos devem ser maiores que o planejado. Cabe aos brasileiros – em especial aos cariocas – acompanhar os gastos dos governos federal, estadual e municipal para garantir que o investimento ocorra da melhor forma possível.
BRASIL247

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