Anderson Silva e Sonnen fazem a "luta do século"; Saiba o porquê



FELIPE HELD
Direto de São Paulo
Os próprios integrantes do principal campeonato de MMA do mundo não têm pudor em anunciar: neste sábado ocorrerá a maior luta da história do UFC. Após quase dois anos de um dos combates mais marcantes da franquia, o astro brasileiro Anderson Silva voltará a ficar frente a frente com seu desafeto, o falastrão americano Chael Sonnen, em uma disputa que começará por volta das 2h (de Brasília) já de domingo (ou 22h em Las Vegas) - mas que teve início extraoficial em agosto de 2010.
Sonnen apelou de todas as formas para atacar Silva; fosse para pedir revanche, para provocar o brasileiro ou para promover o UFC 148, no MGM Grand Hotel & Casino de Las Vegas. E o americano conseguiu tudo o que queria. Chegou até tirar do sério um Anderson que sempre foi comedido e até certo ponto midiático em frente das câmeras.
Nas últimas duas semanas, o "Aranha" saiu do sério. Ainda que tenha tentado equilibrar o tom quando estava longe do adversário desta noite. "Sou profissional. Não tenho problema com ninguém, isso é esporte e não tem espaço para briga", pregou Anderson Silva na última quinta-feira, embora tivesse mostrado um comportamento bem diferente nos últimos dias. A começar uma semana atrás, quando disse em uma conferência por telefone que iria "quebrar Sonnen por inteiro". A declaração foi até certo surpreendente para um lutador que sempre havia se esquivado das polêmicas.
Depois, nesta terça-feira, quando concedeu já em Las Vegas uma entrevista ao lado do americano, deu um empurrão no adversário e aqueceu ainda mais os ânimos do combate. A prova de que o octógono deste sábado estará prestes a pegar fogo para a última luta do card principal veio na pesagem oficial desta sexta: Anderson deu uma ombrada no rosto de Sonnen sem razão aparente. Entretanto, toda essa exaltação do brasileiro tem uma explicação: os dois últimos anos de provocações e mais provocações de Chael Sonnen.
Derrotado de maneira incrível no UFC 117, em agosto de 2010, Sonnen nunca engoliu a finalização que sofreu de Anderson Silva no quinto round depois de massacrar o brasileiro por quatro assaltos seguidos. Quase implorou a revanche para o presidente da franquia, Dana White, e usou todos os meios possíveis para provocar: recorreu ao Palmeiras, enquanto o Aranha é um atleta contratado pelo Corinthians. Criticou o Brasil. Só que o ataque mais eficiente foi quando envolveu a família do atual campeão dos médios: disse que acariciaria a bunda da mulher de Anderson e lhe pediria um bife mal-passado.
Silva pareceu ter ficado saturado com a saraivada de provocações do falastrão americano - o "mal", como o próprio Sonnen se intitulou. E entrou na jogada do rival: para Anderson, a luta deste sábado será de toda uma nação contra um lutador que falou mais do que deveria. "Ele desrespeitou nossa bandeira. Todos os brasileiros, até aqueles que pessoalmente não gostam de mim, torcerão não pelo Anderson, mas pelo Brasil", sugeriu.
Revanche, provocações, tentativas de agressões, altíssimo número de profissionais de imprensa in loco, recorde de vendas de pacotes de pay-per-view, Las Vegas. E ainda sobra espaço para dois detalhes de extrema importância, que pareceram ter ficado para segundo plano nesse turbilhão de temperos para o UFC 148. Anderson Silva luta para manter a invencibilidade no maior campeonato de MMA do planeta (pode chegar a 15 vitórias consecutivas) e, sobretudo, para manter o cinturão dos médios, que detém desde 2006 e que já defendeu em nove ocasiões.
E é por tudo isso que o duelo Anderson Silva x Chael Sonnen ganha o status de luta mais aguardada dos últimos tempos - algo semelhante ao que acontecia com grandes nomes da época de ouro do boxe, em longínquas noites de sábado de décadas atrás. Agora, trata-se de um verdadeiro show. Da maneira que o UFC e Las Vegas adoram.

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