Pular para o conteúdo principal

Traficante Matemático é encontrado morto


POR BRUNO MENEZES
FERNANDA ALVES
RICARDO ALBUQUERQUE

Rio -  O traficante mais procurado do Rio, Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, 37 anos, morreu na madrugada deste sábado após ser atingido por dois tiros que partiram do atirador de elite do helicóptero do Serviço Aeropolicial (Saer) da Polícia Civil. Ele foi encontrado por policiais do Batalhão de Choque dentro de um carro na calçada da Escola Municipal Pracinha João da Silva, na esquina das ruas Belila e Coronel Tamarindo, um dos acessos à Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste da cidade. 
Policiais encontram carro com Matemático morto | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Policiais encontram carro com Matemático morto | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Matemático levou dois tiros - costas e perna esquerda - e ainda foi atingido por estilhaços no pé direito no Mobral, localidade da Favela da Coréia. Comparsas do bandido ainda tentaram socorrê-lo, colocando-o no carro em que ele foi encontrado. Mas devido ao cerco da polícia, o motorista do veículo fugiu em uma moto com outro bandido e deixou Matemático ferido.

Com apoio de um helicóptero da Saer, a operação do 14º BPM (Bangu) começou às 22h da noite de sexta-feira. Segundo os PMs, o traficante foi atingido por volta das 23h e não conseguiu sair da comunidade, que teve os acessos cercados e monitorados por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Choque.  Foram sete horas de cerco à favela. O corpo foi encontrado pouco depois das 5h da manhã.
Bope divulga foto do corpo de Matemático em seu Twitter | Foto: Reprodução Internet
Bope divulga foto do corpo de Matemático em seu Twitter | Foto: Reprodução Internet
Os policiais do Choque disseram que trocaram tiros com três homens na esquina das ruas Belila e Coronel Tamarindo antes de encontrarem o corpo de Matemático no Gol preto, placa LQX-8687. Segundo os PMs, os comparsas já tinham abandonado o líder do tráfico de drogas dentro do veículo, que também tinha marcas de tiros no encosto de cabeça do banco do carona. Segundo os PMs, Matemático chegou a pedir ajuda de um médico, que não teria conseguido entrar na comunidade devido ao cerco policial.

Os agentes do Choque foram chamados para dar cobertura ao 14º BPM, que concentrou mais de 30 homens na operação e não dava conta das outras ocorrências na região. A morte de Matemático chamou a atenção dos moradores, que se aglomeraram na esquina das ruas Belila e Augusto Figueiredo para assistir à ação de peritos da Divisão de Homicídios (DH). Diogo Luís Ferreira Gomes, o DG, 18 anos, foi preso na Coréia no começo da operação sexta-feira à noite por policiais do 14º BPM, e liberado em seguida.

O subchefe Operacional da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, afirmou em entrevista ao "RJ TV" encontrar o traficante foi resultado de um "ajuste fino" entre as polícias civil, militar e federal. "Foram meses de trabalho, com as três forças desenvolvendo um trabalho de investigação. Foram várias madrugadas que passamos em claro. O alvo era extremamente difícil, não só pela periculosidade de Matemático, mas também pelas condições do local".
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Durante a coletiva de imprensa, que reuniu policiais civis, o comandante do 14º BPM e a Polícia Federal, Fernando Veloso mandou um recado. Ele disse que a polícia sempre trabalha dentro da lei e tem como objetivo prender. Mas nos casos em que os bandidos impõem resistência, acontece o que aconteceu com o Matemático. "Esse é o posicionamento. Mas quem tiver a mesma atitude que o Matemático, vai ter o mesmo fim", avisou.
Perfil

Um dos líderes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), Matemático estava no topo da lista de procurados do Disque-Denúncia que aumentou a recompensa de R$ 3 mil para R$ 10 mil por informações sobre seu paradeiro.  Segundo a polícia, Matemático tinha 21 anotações criminais por tráfico, associação ao tráfico, formação de quadrilha e homicídio. Ele era acusado em 15 inquéritos. Segundo o Serviço Reservado do 14º BPM, Matemático planejava invadir a comunidade de Vila Kennedy para controlar o tráfico de drogas, que está nas mãos de Fabinho Noronha. Ele  era suspeito de ser o líder do tráfico nas favelas da Coreia, Rebu e Vila Aliança.

Comentários

VEJA AS DEZ POSTAGENS MAIS VISITADAS NOS ÚLTIMOS 7 (SETE), DIAS