Senador Pedro Taques (PDT-MT), cobra investigação dos deputados envolvidos no caso Cachoeira.



José Cruz/ABr
Pedro Taques: "Os deputados estão bem esquecidos. Temos que trazer à baila, né?"
O senador Pedro Taques (PDT-MT) está incomodado com os rumos da CPI do Cachoeira, da qual é membro titular. A comissão foi criada, ressalta ele, para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e a construtora Delta. Mas, diz Taques, a CPI perdeu o foco ao gastar duas semanas discutindo o sigilo de  documentos e dois assuntos que, no seu entender, não podem ser alvo de investigações: o comportamento da revista Veja e de outros órgãos de imprensa e a demora do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para abrir inquérito contra os políticos envolvidos no caso Cachoeira.

Taques nasceu há 44 anos em Cuiabá, onde ganhou projeção como procurador da República. Seu maior feito na carreira foi a prisão do poderoso bicheiro João Arcanjo Ribeiro, mais conhecido como comendador Arcanjo. Afastou-se do Ministério Público para disputar, e vencer, sua primeira eleição, em 2010.
Ele invoca sua origem profissional para explicar a conduta que adotará na CPI – uma linha pragmática e técnica. É com esse tom que demonstra maior confiança em provas documentais do que em depoimentos. Rejeita a antecipação de conclusões. E condena as tentativas de transformar em vidraça Roberto Gurgel, a quem cabe a prerrogativa constitucional de denunciar à Justiça os implicados no caso Cachoeira.
Segundo o senador, não pode haver dúvidas quanto ao “fato determinado” que a comissão deve investigar. Uma pergunta básica a responder é “onde foi parar o dinheiro da Delta”, afirma, acrescentando que a empresa tem contratos que somam R$ 5 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Pedro Taques, em entrevista ontem à noite (segunda-feira, 14), também enfatizou a necessidade de analisar as relações entre Cachoeira e políticos. O senador cita cinco estados que merecem atenção: Goiás, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins. Seus governadores pertencem aos três principais partidos do país: PSDB , PMDB e PT.
Mas é ao falar dos deputados federais que o senador manifesta maior perplexidade. “Nós não falamos dos deputados até agora. Estão bem esquecidos. Nós temos que trazer à baila, né?”.  Há cinco deputados envolvidos, de cinco partidos diferentes: Rubens Otoni (PT-GO); Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO); Sandes Júnior (PP-GO); Stepan Nercessian (PPS-RJ), e Jovair Arantes (PTB-GO). Para corrigir os rumos da CPI, defende que os deputados citados no caso Cachoeira prestem logo esclarecimentos à comissão. Os requerimentos só serão votados no dia 17, atraso que Taques classifica como falha da CPI.

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