Os trabalhadores celebram e protestam no 1° de maio



As comemorações do Dia Internacional do Trabalho, chamado pela mídia conservadora de "Dia do Trabalho", foram marcadas por protestos em várias cidades do mundo contra as medidas draconianas tomadas para resolver a crise econômica internacional criada pela especulação capitalista.

Na França, a cinco dias do segundo turno das eleições presidenciais, a campanha política domina as comemorações. Na Grécia, as celebrações do 1° de Maio coincidem com uma paralisação geral que conta com a participação de funcionários públicos e privados de vários setores.

Só na França, as entidades sindicais programaram 280 protestos em várias cidades do país, além de Paris. Os protestos se dirigem contra os governos de cunho neoliberal, que tomaram medidas anti-trabalhadores para resolver a crise criada pelo sistema financeiro. Os trabalhadores da Espanha, de Portugal, da Grécia e da Irlanda temem o aumento do desemprego e perdas de benefícios sociais.

Há protestos organizados ao longo do dia na Espanha, em Portugal e na Grécia. Exibindo uma enorme faixa com os dizeres "Querem acabar com tudo. Trabalho, dignidade, direitos", os trabalhadores percorreram o centro de Madri, da Praça de Netuno até a conhecida Porta do Sol, onde acontecerá um comício de líderes sindicais.

As centrais sindicais aproveitaram o 1º de maio para dar um passo a mais em sua estratégia de mobilização contra a reforma trabalhista e os cortes principalmente na educação e saúde decretados pelo governo de Mariano Rajoy.

Em Atenas, capital grega, o protesto popular foi convocado por entidades sindicais ligadas aos trabalhadores em greve. Milhares de pessoas, principalmente comunistas, participaram nas manifestações.

As manifestações acontecem a cinco dias das eleições legislativas de 6 de maio na Grécia, cujo resultado é incerto devido a uma queda da popularidade dos dois principais partidos burgueses, a direita Nova Democracia, que parte como favorito, e os sociais-democratas do "socialista" Pasok, ambos denunciados como cúmplices do rigor imposto ao país pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, em troca de empréstimos para salvar os bancos e cujo pagamento recairá sobre a classe trabalhadora.

Mais de 20.000 manifestantes da Frente de Luta dos Trabalhadores (Pame) se manifestaram em Aspropyrgos, a 35 quilômetros de Atenas, onde está situada a siderúrgica do grupo Hellenic Halyvurgia, cujos funcionários estão em greve há meses.

Outras 1.500 pessoas responderam à convocação dos sindicatos em Atenas, enquanto que 2.000 militantes de grupos de esquerda também se manifestaram no centro de Atenas.

Na Rússia, o Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) promoveu uma marcha em comemoração ao Dia Internacional dos Trabalhadores em também um protesto contra Vladímir Pútin, vencedor de mais uma controversa eleição, recheada de irregularidades.

Em Istambul, na Turquia, manifestantes, representando diferentes tendências políticas, também foram às ruas. Segundo autoridades do país, 20 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança na Praça Taksim, a mais importante da cidade.

Até 2010, protestos na Turquia eram proibidos. Na Praça Taksim, em 1° de maio de 1977, houve mortes e feridos durante um protesto considerado ilegal, que descambou para um confronto entre manifestantes e policiais.

Em Jacarta, na Indonésia, cerca de 9 mil manifestantes foram às ruas reivindicar aumento de salários. Quarto país mais povoado do mundo, com 240 milhões de habitantes, a Indonésia conhece um dos crescimentos mais elevados do mundo, com um índice anual superior aos 6% graças, em grande parte, a seus importantes recursos naturais.

No entanto, mais ou menos a metade da população está abaixo do nível internacional da pobreza enquanto o salário médio mensal dificilmente acompanha o custo de vida.

Nas Filipinas, 3.000 pessoas seguiram até o palácio presidencial em Manila exibindo retratos do presidente Benigno Aquino em que ele aparece como um cachorro sob as ordens dos capitalistas estrangeiros.

Em Hong Kong, 5.000 manifestantes pediram uma melhoria das aposentadorias, redução do tempo de trabalho semanal e um aumento da hora de trabalho.

Por outro lado, vinte mil tunisianos se manifestaram pelo emprego e unidade nacional na avenida Habib Burguiba, lugar emblemático da revolução na Tunísia.

"Pão, liberdade e dignidade nacional" e "Trabalho, liberdade, dignidade nacional" eram os principais lemas cantados pelos manifestantes.

Na manifestação também participaram militantes do partido islamita Ennahda e das correntes da oposição.

Com agências

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