Oferta de ações aumentaria o valor do Facebook para US$ 100 bilhões



Jornalista fala sobre Facebook na Nasdaq. | Foto: Reuters
Analistas desconfiam da capacidade do Facebook de aumentar sua receita

Após anunciar a venda de 421,2 milhões de ações a US$ 38 cada uma, na maior e mais antecipada oferta pública de ações da história do setor de tecnologia, o Facebook pode passar a valer mais de US$ 100 bilhões (R$ 199 bilhões).
O valor da ação atingiu a cotação máxima da faixa de preço estabelecida inicialmente pela companhia para sua oferta pública (IPO, na sigla em inglês), que levantou US$ 16 bilhões (R$ 31 bilhões) nesta quinta-feira.
As ações da empresa serão listadas na bolsa eletrônica dos Estados Unidos, a Nasdaq, sob a sigla FB, no pregão desta sexta-feira.
Acredita-se que a demanda pelos papéis seja alta depois que o Facebook decidiu elevar em 25% o número total de ações oferecidas aos investidores.
No entanto, há dúvidas sobre a capacidade da companhia de Mark Zuckerberg de gerar mais lucros.

Poder de decisão limitado

Apesar da grande procura pelas ações do site social, os novos acionistas do Facebook não terão grandes poderes de decisão sobre os rumos da empresa.
As ações oferecidas são do tipo A, que dão direito a um voto por ação. Atualmente, os executivos tem ações do tipo B, que garantem 10 votos cada.
Eles controlarão mais de 96% dos votos mesmo após a oferta pública, com o fundador Mark Zuckerberg detendo pouco menos de 56% do poder de voto.
Zuckerberg, que é dono de cerca de 25% da empresa, deve ser quem mais lucrará com a oferta de ações. Os cofundadores Dustin Moskovitz e Eduardo Saverin também se tornarão bilionários das ações do dia para a noite, assim como o fundador do Napster e ex-funcionário do Facebook Sean Parker.
A empresa de capital de risco americana Accel Partners e o grupo de investimento em internet russo Digital Sky Tachnologies também tem um número significativo de ações na empresa, assim como a Microsoft e o cantor da banda U2, Bono Vox.

Aumento da receita

O site de rede social transformou o modo como milhões de pessoas em todo o mundo se comunicam e está mudando também o modo como empresas anunciam para clientes cativos e potenciais.
Mas os 900 milhões de usuários do Facebook deram um lucro de US$ 1 bilhão à empresa em 2011 e há preocupações sobre sua capacidade de gerar mais receita no futuro
Apesar de ter um banco de informações pessoais invejado pelos anunciantes, o Facebook lucra somente US$ 5 dólares por ano para cada um de seus usuários. Isso faz com que uma série de analistas questione o valor da empresa.
"O Facebook precisará ter uma receita anual de US$ 30 a US$ 40 bilhões para justificar a possível valorização do negócio", diz o consultor Victor Basta, da empresa britânica de consultoria Magister Advisors.
"Isso é um grande aumento na receita que ele gera hoje. A pergunta é: de onde ele vai sair?"
O Facebook identificou aparelhos celulares e tablets como duas áreas principais para o aumento da receita, mas observadores dizem que não será fácil.
"(O Facebook) é o Santo Graal dos anunciantes. Ele reúne pormenores das vidas de todo o mundo, idade, sexo e o que você quiser. Mas tantas pessoas estão nele há tanto tempo que é difícil desviar a atenção delas para o que você está tentando vender", disse o analista de tecnologia Ernest Doku para a BBC.
O segundo grande desafio do site é não alienar os usuários enquanto tenta aumentar seus lucros.
"(A empresa) está se equilibrando em uma linha tênue entre servir a seus usuários e agradar a seus investidores. Até agora, ela conseguiu colocar a experiência do usuário primeiro, mas os investidores vão querer um retorno", afirma Doku.

BBC Brasil

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