ACONTECEU ONTEM NO RIO: protestos pedem convocação de governadores pela CPI



20 de maio de 2012  13h55  atualizado às 16h56

  1. Notícia
  2. Fotos

Passeata reuniu bombeiros, policiais civis e militares na manhã deste domingo em Copacabana. Foto: Murilo Rezende/Futura Press
Passeata reuniu bombeiros, policiais civis e militares na manhã deste domingo em Copacabana
Foto: Murilo Rezende/Futura Press


Um grupo de manifestantes protestou neste domingo na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, contra o adiamento da convocação dos governadores Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), Agnelo Queiroz (Brasília) e Marconi Perillo (Goiás) para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o elo entre o bicheiro-empresário que dá nome à Comissão e parlamentares e entidades públicas e privadas.
Os populares cobram não apenas a convocação dos governadores, mas também explicações sobre as inúmeras viagens realizadas pelo governador do Rio de Janeiro.
Denúncias trazidas à tona pelo deputado federal Anthony Garotinho, em seu blog, no mês passado, revelaram que Cabral e alguns secretários estaduais, além do empresário Fernando Cavendish, proprietário da Delta Construções, viajaram para Paris e Mônaco. Há suspeita de que o grupo tenha se beneficiado de dinheiro público para as viagens.
Muitos manifestantes usaram lenços na cabeça, uma alusão à fotografia publicada por Garotinho em seu blog, quando Cabral e secretários faziam uma "farra" na Europa. Na ocasião, o governador disse que estava em "viagem oficial", buscando "investimentos para o estado do Rio de Janeiro".
Outra manifestação já havia ocorrido nesta manhã na zona sul do Rio. Com faixas de "pega ladrão" e "chega de roubalheira", o mutirão nacional que defende a necessidade de o julgamento do Mensalão, ainda sem data marcada no Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrer em curto prazo teve fraca adesão na praia de Ipanema. Os manifestantes recolheram assinaturas para um abaixo-assinado a ser enviado a Brasília.
Carlinhos Cachoeira 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
FONTE: TERRA NOTÍCIAS

Comentários

VEJA AS DEZ POSTAGENS MAIS VISITADAS NOS ÚLTIMOS 7 (SETE), DIAS